Em Vila Franca de Xira, praça conquistada em grande estilo pelo PS à CDU em 1997, espera-se uma vitória dos atuais governantes.
O esforço árduo da oposição não deverá ser suficiente para conseguir evitar que a Câmara vá parar às mãos de Fernando Paulo Ferreira, deputado do PS. De saída está Alberto Mesquita – também socialista – que, de forma pouco comum, optou por não se recandidatar a um terceiro e último mandato. O seu eventual sucessor, Fernando Ferreira, é o atual presidente da Assembleia Municipal, sendo ainda presidente do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Canoagem e vogal do Conselho Fiscal do Instituto Fontes Pereira de Melo. Jurista, de 48 anos, foi vereador da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira entre 2006 e 2017, tendo ocupado entre 2013 e 2017 o cargo de vice-presidente. À Lusa, em Maio, prometeu prosseguir na linha de Alberto Mesquita: “Estou a candidatar-me para dar continuidade ao projeto do partido socialista para Vila Franca de Xira, adaptando-o aos novos contextos e necessidades desta próxima década”. Tem como principais prioridades a atração de maior investimento, a fixação de jovens e de população mais qualificada, e a dinamização do comércio local, entre outros.
A OPOSIÇÃO Olhando para os dados das últimas eleições, espera-se que fique em segundo lugar a CDU – que se apresenta a sufrágio através de Joana Bonita. Atual líder de bancada na Assembleia Municipal, Bonita tem 33 anos e também é jurista. Entre várias bandeiras, destaca a ausência de política de juventude, notando que a CDU tem sido excluída da discussão dos documentos mais importantes para aquele território. À Rádio Valor Local, diz querer dar prioridade à saúde, opinando que um hospital é sempre mais bem gerido pelo Estado do que por grupos económicos – o que a leva a defender saída do grupo Mello da unidade vilafranquense.
À direita, nota-se que, historicamente, esta não tem – ou alguma vez teve – grande expressão eleitoral autárquica no concelho (o máximo foi em 2009, com 23,3%). Concorrendo ora em coligação, ora separadamente, 2021 é ano de coligação – e das grandes: PSD-CDS-MPT-PPM unem-se sob égide da lista “Nova Geração”, encabeçada por David Pato Ferreira. Com 29 anos – e, por isso, a par de Alexandre Poço, um dos mais jovens candidatos do PSD –, trabalha na Novartis e é a escolha do partido para oferecer uma alternativa ao socialismo da cidade. Destaca, entre outros assuntos, “a falta de habitação para jovens e a custos controlados”, e a “falta de um polo de ensino superior”.
A Vila Franca de Xira concorrem ainda Carlos Patrão, pelo BE; Adélia Gominho, pelo PAN e Barreira Soares, pelo Chega.
Propostas
Mais cultura
Fernando Paulo Ferreira (PS), candidato a Vila Franca de Xira, quer apostar na cultura no concelho. Requalificar o património histórico, modernizar a programação cultural e criar programas educativos que “preparem os jovens para ser utentes da cultura”, conforme promete o candidato através das suas redes sociais.
Bloco quer mais casas reabilitadas
A candidatura do Bloco de Esquerda a Vila Franca de Xira quer “exercer o direito de preferência do Município nas ARU – Áreas de Reabilitação Urbana, em imóveis com impacto na reabilitação de ruas e quarteirões, por forma a garantir a sua reabilitação e colocação no mercado de arrendamento a custos controlados, para jovens e famílias”, conforme se pode ler no seu manifesto autárquico.
Espaços verdes
A candidatura Nova Geração quer investir nos espaços verdes do município, com a “recuperação ambiental do Mouchão da Póvoa como fator crítico de manutenção do equilíbrio do território”, conforme se pode ler no programa eleitoral. A criação de “Corredores Verdes”, principalmente nas freguesias mais densamente povoadas e o “aumento da rede de carregamento elétrico de viaturas ligeiras, com a criação de zonas de estacionamento especificamente destinadas aos veículos com emissões 0%” são mais algumas medidas.