Autárquicas. Nove freguesias viraram para a face de Moedas

Em média, Medina perdeu 8,4% em cada freguesia. O facto de ter ficado à frente em mais freguesias não o salvou.

Ontem, com grande surpresa, Carlos Moedas bateu Fernando Medina. Para tal, naturalmente, um conjunto de freguesias que em 2017 votou maioritariamente Medina, votou, nestas eleições, maioritariamente na Coligação Novos Tempos. Das 24 freguesias do concelho de Lisboa, 13 mantiveram a confiança no PS para a Câmara, 9 viraram a face para o Moedas e 2 voltaram a preferir a direita. O PS-Livre venceu, por isso, em 13 Freguesias, e a Coligação Novos Tempos em 11. Em todas elas o PS perdeu percentagem de votos face a 2017. Nos Olivais, por exemplo, perdeu 13% (embora se tenha mantido o partido mais votado). Em média, na corrida à Câmara, o PS perdeu 8,4% votos por freguesia.

 

Medina teve maioria em 13 freguesias

Ajuda, Alcântara, Beato, Benfica, Campolide, Carnide, Marvila, Misericórdia, Olivais, Penha de França, Santa Clara, Santa Maria Maior e São Vicente o PS manteve- se como o partido mais votado para a eleição do executivo camarário. Em Marvila, por exemplo, obteve 48,5% dos votos, derrotando categoricamente a lista de Carlos Moedas.

 

Coligação Moedas virou 9 freguesias

Carlos Moedas, por sua vez, conseguiu fazer com que nove freguesias virassem à direita: Alvalade, Areeiro, Arroios, Campo de Ourique, Estrela, Lumiar, Parque das Nações, Santo António e São Domingos de Benfica.

Este grupo, que em 2017 votou maioritariamente no PS, nestas eleições alterou o seu sentido de voto, curvando-o para a direita. Destaque para Lumiar e Arroios, onde o PS baixou cerca de 11% face a 2017. Quanto à última freguesia, tal resultado poderá ter sido influenciado pela notícia publicada pela Sábado à portinha das eleições. A revista semanal denunciava que Margarida Martins, presidente socialista da Junta de Arroios, devia 47 mil euros à Segurança Social, fazia compras sem pagar e utilizava um carro da junta com um fiscal para ir buscá-la e levá-la a casa.

Já do ‘lado direito da força’ mantiveram-se as Avenidas Novas e Belém. Estas freguesias, em 2017, foram as únicas a votar maioritariamente à direita (na coligação CDS.MPT.PPM). Este ano, acrescentando-se a Aliança e o PSD a esta coligação, repetiram a dose – naturalmente subindo a votação.