O Pessoas-Animais-Natureza (PAN) falhou este domingo o objetivo de eleger um vereador numa das 308 câmaras do país, obtendo apenas 1,14% dos votos, o equivalente a 56.933.
Ainda assim, conseguiu representação em assembleias municipais (23) e em juntas de freguesia (16) em localidades do país onde não tinha um único eleito até agora.
Um resultado que não pareceu desmotivar Inês Sousa. «O PAN está de facto a assumir-se noutros territórios, nomeadamente do ponto de vista nacional, onde antes não tinha representação, o que é sem dúvida absolutamente nenhuma uma expressão de crescimento», disse.
Quanto a consequências políticas internas – uma vez que estas foram as primeiras eleições às quais Inês de Sousa Real se apresentou como porta-voz do partido (sucedendo a André Silva, depois de ter sido eleita no congresso de junho) com uma nova direção – rejeitou-as: «Estamos a falar de uma nova direção que tomou posse há três meses, portanto evidentemente que não será um trabalho que possa vir de uma responsabilidade do ponto de vista executivo que transite para este mandato e nem sequer podemos estar a imputar essa responsabilidade àquilo que é o trabalho, quer do partido, quer dos nossos candidatos e candidatas, porque efetivamente o contexto político-partidário do país é completamente diferente do que quando nos apresentámos em eleições em 2017».
A líder partidária disse ainda que «nenhum partido concorre para perder representação ou menos ainda para não conseguir objetivos mais ambiciosos» e em relação ao futuro não deixa margem para dúvidas: «Evidentemente que o objetivo do PAN é crescer, sabíamos desde o primeiro momento que o desafio era mais acrescido, pelo facto de existir hoje mais forças políticas a concorrer, forças políticas que têm estado em crescimento, independentemente das divergências ideológicas profundas que temos com algumas dessas forças políticas e de não revermos nelas as soluções para o país».
No entanto, Inês de Sousa Real apontou que o facto de o partido, agora, continuar a manter alguma representação em determinados municípios, «mesmo que isso não se traduza em mandatos, não deixa de significar que continua a existir um reconhecimento das pessoas no trabalho do PAN».
Este ano, o partido concorreu a 43 câmaras municipais, 44 assembleias municipais e 69 juntas de freguesia e integrou três coligações. Há quatro anos tinha concorrido apenas a 32 municípios e a 26 freguesias.