O Presidente da República disse, esta segunda-feira, que as autárquicas “têm sempre uma leitura nacional”, contudo, defende que “tem de haver estabilidade governativa até 2023” e que vai fazer de tudo para que tal aconteça.
Em entrevista à TVI, Marcelo recordou que ao longo dos anos os resultados das autárquicas já tiveram várias repercussões, nomeadamente a demissão de um primeiro-ministro ou a demissão do líder da oposição”. Contudo, o chefe de Estado defende que “tem de haver estabilidade governativa até 2023” e que irá “até ao limite dos seus poderes” para garantir que tal acontece, afastando uma dissolução do Parlamento.
“Não tenciono, se for possível, ter exercício do poder de dissolução do Parlamento até ao fim do mandato parlamentar”, disse.
Para o Presidente, os próximos “três, quatro meses” vão ser decisivos, uma vez que os partidos vão ser forçados a refletir sobre as autárquicas”.
Já sobre as legislativas, Marcelo defende que deve haver uma “alternativa forte” ao Governo de António Costa. Para Marcelo, a falta de uma “alternativa forte” à direita “não é um problema de liderança, é um problema de estratégia”.
Marcelo falou ainda sobre a polémica com o Chefe do Estado Maior da Armada (CEMA) e sublinhou que “quem exonera é o Presidente”, frisando que recusou dramatizar o sucedido e que o almirante Mendes Calado nunca foi demitido.
“Eu não quis dramatizar e esperei pela manhã seguinte”, afirmou.
Na mesma entrevista, o chefe de Estado deixou ainda um recado a António Costa devido ao PRR.
Questionado sobre o facto de o primeiro-ministro ter falado sobre o PRR durante a campanha autárquica, Marcelo disse que “os líderes partidários têm sempre a tentação de, no poder, utilizar os instrumentos de poder.” “Para mim é claro uma coisa: o PRR não é monopólio do PS, é do país (…) Mas não comento, analisei para mim e, se for útil para explicar aos portugueses, utilizarei”, rematou.