PAN, PCP, PEV e BE continuam insatisfeitos com o Orçamento de Estado proposto pelo Governo.
O PAN reuniu na manhã de ontem com o executivo socialista para acertar detalhes do Orçamento de Estado. Não obstante ter havido “aproximações”, estas foram insuficientes – disse a porta-voz do partido à saída da reunião. Para o PAN, só poderá haver “viabilização do orçamento se houver compromisso do Governo em alterar o Orçamento e trabalhá-lo em especialidade”. Deste encontro, que serviria para chegar a compromissos em relação a “medidas absolutamente estruturais para dar resposta a esta crise socioeconómica”, não saíram quaisquer avanços significativos. Por estas razões, declara, o impasse mantém-se: o voto do PAN está em aberto – sendo que tal poderá significar um voto contra, contribuindo desta forma para o chumbo do Orçamento de Estado (que irá ser votado na generalidade dia 27 de outubro).
O partido dirigido por Inês Sousa Real continuará a reunir com o Governo até ao final da semana, devendo a sua comissão política tomar uma decisão durante o fim-de-semana. Ademais, Sousa Real esclarece ainda a necessidade de chegar-se a um “memorando de entendimento” como condição “fundamental” para viabilização do orçamento.
A situação dos Comunistas não é propriamente diferente. Após a ronda de negociações realizada na terça-feira, João Oliveira falou ontem aos jornalistas para revelar que houve “consideração do Governo” sobre questões que estes lhes haviam colocado, admitindo, contudo, haver ainda “resistência”. “Tivemos oportunidade de abordar de forma mais alargada algumas questões levantadas pelo PCP. Não há critérios diferentes do PCP, a abertura é a mesma: a necessidade de encontrar respostas aos problemas do país”, declarou o líder do Grupo Parlamentar – garantindo não estar a “fazer bluff”.
O PEV, por sua vez, diz não haver “novidades” relativamente ao “conjunto de propostas” que entregaram ao governo. E, de momento, não salvaguardam se as negociações estão terminadas ou se prosseguem: “aguardamos para aferir da necessidade de nova reunião ou não”.
Por fim, o Bloco de Esquerda, na terça-feira, afirmava ter saído sem acordo da reunião com o Governo: “nalgumas áreas, o Governo não trouxe qualquer propostas, noutras recusou as que recebeu”.
Já o primeiro-ministro parece mais otimista quanto à aprovação: ontem, à saída do debate preparatório do próximo Conselho Europeu, António Costa afirmou: “Estamos obviamente hoje mais próximos do que estivemos no passado e como todos têm dito não há ainda um acordo final”. As reuniões prosseguirão até dia 27.