O juiz Francisco Henriques recusou o pedido da defesa de Ricardo Salgado para suspender o seu julgamento com base num diagnóstico a comprovar a doença de Alzheimer, avança, esta quinta-feira, a Rádio Renascença.
Recorde-se que o ex-banqueiro está acusado de três crimes de abuso de confiança, num processo extraído do caso Operação Marquês.
Há uma semana, a 14 de outubro, a defesa do antigo presidente do Grupo Espírito Santo deu entrada em tribunal com um requerimento para a suspensão do processo, tendo por base documentos médicos e um relatório assinado pelo neurologista Joaquim Ferreira que apontava “sintomas de declínio cognitivo progressivo” e “defeito de memória, que limita a sua capacidade para prestar declarações em pleno uso das faculdades cognitivas”.
“Após toda a investigação realizada, podemos agora concluir pelo diagnóstico de doença de Alzheimer. Este diagnóstico resulta da combinação da documentação de um declínio cognitivo progressivo e clinicamente relevante em múltiplos domínios cognitivos compatível com o diagnóstico de demência”, lia-se no requerimento, a que a agência Lusa teve acesso.
A Rádio Renascença revela ainda que o juiz "deverá comunicar o pedido de uma nova perícia independente" a Ricardo Salgado na próxima sessão, que está agendada para esta sexta-feira e na qual serão ouvidas as últimas testemunhas.
Ricardo Salgado, de 77 anos, estava acusado de 21 crimes económico-financeiros no âmbito da Operação Marquês. A 9 de abril último foi ilibado de 18 crimes pelo juiz Ivo Rosa, do Tribunal Central de Instrução Criminal, que decidiu que o ex-banqueiro deveria ser julgado sozinho.