Rangel quer eleições legislativas no final de fevereiro e rejeita “bloco central”. Poiares Maduro é coordenador do programa eleitoral

Economista Fernando Alexandre ficará responsável pela área económica do programa eleitoral.

Numa conferência de imprensa na qual revelou que Miguel Poiares Maduro será o coordenador do seu programa eleitoral, Paulo Rangel, candidato à liderança do PSD, rejeitou ainda formar um 'bloco central' com o PS e António Costa, na eventualidade de legislativas antecipadas – eleições essas que o eurodeputado quer em fevereiro. O economista Fernando Alexandre ficará responsável pela área económica do programa eleitoral.

 “Durante seis anos de má governação, errática, António Costa e o PS quiseram simular uma aparente estabilidade política. Essa solução condicionou imenso o crescimento do país, a criação de riqueza e pôs mesmo em crise do Estado Social”, começou por dizer, atribuindo a responsabilidade da crise política vivida no país aos socialistas e a Costa.

“Portugal ao fim de seis anos de exaustão socialista e de liderança de António Costa chegou ao fim da linha e caminha a passos largos para a cauda da Europa”, defendeu. “O PS não tem, nem terá mais condições para governar Portugal nos próximos tempos. Todo e cada voto no PS será um voto inútil. Inútil porque já não se pode somar à esquerda, inútil porque o PSD, como única alternativa viável, recusará sempre o recurso à solução perniciosa do Bloco Central”, acrescentou.

Rangel confirmou ainda que apoia a iniciativa de "mais de seis dezenas de conselheiros nacionais" e pediu que o Congresso do PSD fosse antecipado para 17, 18 e 19 de dezembro, duas semanas depois das eleições diretas do PSD. Sublinhe-se que o congresso dos sociais-democratas está agendado para 14 a 16 de janeiro em Lisboa.

O eurodeputado defendeu ainda que as eleições legislativas antecipadas devem acontecer a 20 ou 27 de fevereiro. “É um prazo razoável, racional e rápido”, argumentou Rangel.

O desejo do eurodeputado não é difícil de perceber, basta fazer as contas. À semelhança do que o jornal i já tinha adiantado na edição desta quinta-feira, o Presidente da República pretendia eleições em janeiro, mas mostra agora abertura para fevereiro, sobretudo após a audiência a pedido de Rangel em Belém. As listas dos candidatos à Assembleia da República devem ser apresentadas com 41 dias de antecedência. Ou seja, caso as eleições se deem em janeiro, as listas terão de ser entregues em dezembro. Contudo, no dia 4 de dezembro acontecem as diretas do PSD entre Rio e Rangel. Independentemente de quem vença a corrida, certo será que, no cenário com eleições em janeiro, Rio será quem escolherá os lugares para as listas que vão a eleições. Isto porque o novo presidente do PSD só tomará posse no Congresso, ainda agendado para janeiro. Perante este cenário, Rangel mexeu-se, pedindo um audiência ao Presidente.

Antecipando o congresso do PSD, Rangel pode conseguir tomar posse antes dos 41 dias de distância do ato legislativo. Se conseguir esticar as eleições para fevereiro e antecipar o congresso do PSD para dezembro, Rangel, caso seja eleito, tomará posse a tempo ‘legal’ de ficar a cargo das listas do PSD para as legislativas.

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