Doze pessoas vão ser julgadas, em França, pelo roubo de joias no valor de 10 milhões de dólares [cerca de 8,9 milhões de euros] a Kim Kardashian, segundo revelaram fontes judiciais à agência de notícias AFP.
O caso remonta à noite de 2 de outubro de 2016, quando cinco homens – alguns disfarçados de polícias – entraram no hotel de luxo onde a socialite estava hospedada, durante a Paris Fashion Week, e roubaram várias joias e diamantes. Foi considerado o maior roubo contra uma pessoa particular dos últimos 20 anos no país.
Após uma investigação de cinco anos, os juízes ordenaram que os 12 suspeitos sejam julgados por um júri e enfrentam acusações como assalto à mão armada, sequestro e associação criminosa. Ainda não está definida uma data para o início do julgamento.
Segundo as declarações de Kim Kardashian à polícia, dois dos assaltantes colocaram armas junto à sua cabeça e um deles dirigiu-se a ela em inglês “com um forte sotaque francês”, exigindo-lhe o anel de noivado que estava a usar. Depois, foi amarrada, amordaçada e trancada na casa de banho.
Já no reality show Keeping Up With the Kardashians, a socialite, na altura com 36 anos, confessou que pensava que ia ser violada e depois assassinada. “Um deles colocou fita adesiva no meu rosto, acho que na minha boca, para que eu não gritasse. Depois pegou-me pelas pernas e eu não tinha roupa por baixo do meu roupão. Pensei: 'Ok, este é o momento e que eles me vão violar'. Preparei-me mentalmente para isso. Mas ele não o fez", disse. "Depois eles apontam-me a arma e eu tive a certeza que ia levar um tiro na cabeça", acrescentou.
Em 2017, o suposto mentor do assalto, Aomar Ait Khedache, pediu desculpas à também empresária através de uma carta escrita na prisão. “Depois de observar a sua emoção e perceber os danos psicológicos que lhe infligi, decidi escrever esta carta, não para obter qualquer tipo de indulgência da sua parte. Quero dirigir-me a si, como um ser humano, para lhe dizer o quanto me arrependo das minhas ações, o quanto fiquei tocado ao vê-la em lágrimas. Quero que saiba que simpatizo plenamente com a dor que está a sentir”, afirmou numa carta escrita à mão em francês, que foi depois traduzida pelos advogados de Kim Kardashian.
Mais recentemente, no ano passado, Yunice Abbas, de 68 anos, um dos cinco homens diretamente envolvidos, publicou um livro sobre o assalto, após ser libertado enquanto aguardava julgamento por motivos de saúde.