O Ministério Público (MP) constituiu esta quarta-feira "cinco arguidos, três pessoas anónimas e duas coletivas", na sequência das "cerca de duas dezenas de buscas domiciliárias e não domiciliárias" realizadas na segunda fase da designada operação 'Fora de Jogo', avançou a agência Lusa.
A 4 de março de 2020, esta operação levou à constituição de 47 arguidos – 24 pessoas coletivas e 23 pessoas singulares – após buscas em várias entidades ligadas ao universo do futebol.
Em comunicado, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) atualizou a informação, dando conta dos resultados das buscas em vários locais do país que envolveram dois juízes, cinco magistrados do Ministério Público, quatro dezenas de efetivos da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e cerca de cinquenta militares da GNR.
Das buscas hoje realizadas a instalações de Sociedades Anónimas Desportivas (SAD), empresas e escritórios de advogados, destacam-se as visitas ao Sporting de Braga e ao Vitória de Guimarães.
Em causa, estão suspeitas de negócios simulados entre clubes de futebol e terceiros, com valores a rondar os 15 milhões de euros.
Paralelamente, o MP informa ainda que foram realizadas "diligências de obtenção de prova complementares" àquelas que foram realizadas na segunda-feira e envolveram dirigentes do FC Porto e empresários de futebol.
"Embora tivessem lugar em simultâneo com as buscas de que anteriormente se deu nota, estas diligências efetuaram-se em autonomia de meios e objetivos e com a intervenção de outros magistrados do MP", refere o organismo.
A operação decorreu em Lisboa e na zona do norte do país, tendo envolvido a realização de "mais de uma dezena de buscas domiciliárias e não domiciliárias, designadamente a escritórios de agentes desportivos e a duas Sociedades Anónimas Desportivas", sendo que no decurso destas diligências "foi constituído um arguido".
Entre os arguidos da operação 'Fora de Jogo' contam-se "jogadores de futebol, agentes ou intermediários, advogados e dirigentes desportivos", especificou, então, a Procuradoria-Geral da República (PGR), sublinhando que "em causa estão suspeitas da prática de factos suscetíveis de integrarem crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais".
E acrescentou: "No inquérito investigam-se negócios do futebol profissional, efetuados a partir do ano de 2015, e que terão envolvido atuações destinadas a evitar o pagamento das prestações tributárias devidas ao Estado português, através da ocultação ou alteração de valores e outros atos inerentes a esses negócios com reflexo na determinação das mesmas prestações".
Na altura, as SAD de Benfica, FC Porto, Sporting, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães confirmaram a realização de buscas, atestando a disponibilidade para colaborarem com as autoridades.
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