Universidade de Évora quer abrir licenciatura em Engenharia Aeroespacial em 2022

Reitora da universidade afirma que o curso está a ser pensado desde 2014. 

A Universidade Évora (UÉ) pretende abrir, no próximo ano letivo – 2022/2023 – uma licenciatura em engenharia aeroespacial, com o objetivo de dar resposta à "procura muito grande" pelo curso e à necessidade de formação de quadros para as empresas de região.

Em declarações à agência Lusa, a reitora da UÉ, Ana Costa Freitas, avançou que o "curso foi enviado à Agência" de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, esperando que "abra no próximo ano". Além disso, a academia já fez, inclusive, "três ou quatro contratações para a preparação do curso".

"É um curso que está a ser pensado, mais ou menos, desde 2014", assinalou, indicando que a UÉ chegou a propor "um mestrado integrado" em engenharia aeroespacial, que "não foi aprovado", por coincidir com o fim deste tipo de cursos.

A reitora explica que, depois desta recusa, a UÉ optou por "repensar para dois ciclos", sendo que, no próximo ano letivo, pretende abrir "só o primeiro ciclo" e enviar para a agência a proposta de criação do segundo ciclo.

"Este curso faz parte da estratégia da universidade" e integra uma das "quatro áreas ancora definidas" pela academia, observou, referindo que a sua criação contou com a "colaboração de alguns professores" do Instituto Superior Técnico.

Ana Costa Freitas lembra que o 'cluster' de Aeronáutica, Espaço e Defesa (AED) já se situa em Évora, sendo que estas áreas são "uma aposta" da região e, por isso, "a UÉ não se pode divorciar" desse objetivo. 

"Achei que a UÉ tem que se envolver nisto", para além de ser "uma boa aposta" para a academia, pois, apesar de o curso já existem noutras instituições de ensino superior do país, "há uma procura muito grande" e "é um curso de futuro", salientou.

A reitora da academia sublinha que o curso se vai juntar à formação do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e considera que "as duas coisas ligadas" vão permitir criar mais "mão-de-obra" para as empresas localizadas no Alentejo.

"Há uma estratégia do Alentejo para fixar uma série de empresas neste triângulo, [constituído por] Évora, Ponte de Sor e Beja, e é importante que tenhamos a capacidade de instalar empresas" e também "fazer a formação de pessoas aos vários níveis", disse.

No Parque da Indústria Aeronáutica de Évora estão instaladas várias fábricas de empresas do setor, nomeadamente duas da construtora brasileira Embraer e uma do grupo francês Macachrome. 

Criado em 2016, o AED é uma associação sem fins lucrativos que junta mais de 90 entidades estabelecidas em Portugal, entre pequenas e médias empresas, organismos públicos, grande indústria e universidades.

O 'cluster' fatura 1,72 mil milhões de euros, dando ainda emprego a 18.500 pessoas, sendo que 87% é exportação.