“Diário de uma avó e de um neto”: segunda edição a caminho

O feedback positivo às crónicas presentes no ‘Diário de Uma Avó e de um Neto’ fizeram com que Alice e Nélson se preparassem para lançar a segunda edição da obra mais cedo do que aquilo que esperavam. Uma «segunda temporada» não é descartada.

Pouco mais de um ano depois de ter sido lançado o livro Diário de uma Avó e de um Neto – Confinados em Casa, Alice Vieira e Nélson Mateus preparam agora uma segunda edição da obra onde trocam cartas e novidades sobre o que se passa nas suas vidas. 

O projeto, que começou a ser publicado através de crónicas, rapidamente passou para o formato de livro, devido ao feedback positivo que estava a receber.

«As crónicas começaram a ter tanto sucesso, que a editora Casa das Letras disse-nos logo que fazia questão de publicar um livro com a compilação da primeira temporada das crónicas», explica Nélson Mateus à LUZ. 

Também para Alice Vieira fez todo o sentido, uma vez que um livro «fica sempre nas nossas mãos, podemos lê-lo e relê-lo, consultá-lo, vive ali ao nosso lado».

Desde que começaram a publicar as crónicas na página de Facebook dos Retratos Contados, no ano passado, que Alice e Nélson rapidamente se aperceberam da dimensão que o projeto estava a ter: «Começámos a ver que as publicações no site, e no Facebook, tinham imensas partilhas e comentários, alguns até com sugestões para outros temas. Começámos a receber emails de pessoas a dizerem-nos que usavam os nossos temas para conversas ao telefone entre avós e netos, para tertúlias em lares de idosos… Até a [editora] Leya tem recebido cartas de pessoas a felicitarem-nos pela iniciativa. Cartas, imaginem. Numa altura em que as únicas cartas que costumamos receber são de contas para pagar», afirma Nélson. 

Já quando as portas se abriram, após o levantamento de restrições face à pandemia, e as interações voltaram a ser cara-a-cara, as abordagens continuaram: «Até no Banco e na Farmácia que frequento falavam sobre o assunto», relembra a septuagenária.

A segunda edição do Diário de Uma Avó e de um Neto vêm fazer jus às críticas positivas que têm recebido e mostra a vontade do público em continuar a ler mais do que Nélson e Alice fazem juntos. 

A autora confessa ainda que esta «é a primeira vez que um livro» seu tem «uma segunda edição quase logo a seguir à primeira», mostrando-se entusiasmada e feliz com o resultado do projeto. 

Nélson, que sublinha que «não podia estar mais feliz com a 2ª edição do livro, em tão pouco tempo», revela que, além da segunda edição, pode ainda estar a caminho uma «segunda temporada» do Diário de Uma Avó e de um Neto.

«O livro termina no final de março, precisamente no fim do confinamento», explica o autor, acrescentando que, por isso, acredita que a editora e os leitores vão querer ver uma continuação das crónicas «desta vez ‘desconfinados’».

Os autores sublinham ainda que um dos fatores que faz com que o ‘Diário’ seja um sucesso é o facto de «tudo o que é falado no livro ter acontecido na realidade, nada é ficcionado» e que, por isso, as pessoas identificam-se. 

Exposição 

Além desta nova edição da obra, há ainda mais por que ficar entusiasmado. Alice Vieira vai estrear a sua exposição em Torres Vedras, depois de ter passado pela Casa da Cultura da Ericeira, por Lisboa, pelo Casino Estoril e pelo Grémio Literário de Lisboa. A ideia foi do ‘neto’ Nélson, que afirma que sendo a Alice sua ‘avó’, «e uma personalidade transversal a várias gerações», é um «privilégio» comissariar esta exposição.

A exposição é baseada na vida de Alice, «sobretudo em Retratos Contados de várias épocas», mas também tem um «bocadinho» dos textos escritos pela autora, adaptando-se depois aos «lugares onde é apresentada» e o que a liga a eles. «Por isso uma parte da exposição é sempre diferente de lugar para lugar», explica a própria.

Para Nélson,  a exposição ‘Retratos Contados de Alice Vieira’ «conta um pouco do muito que é a vida e obra da Mulher, Mãe, Jornalista, Escritora, com mais de 60 anos de carreira e, aproximadamente, uma centena de livros publicados, traduzidos para inúmeras línguas». 

A exposição tem estado durante um mês em cada lugar, tendo sido apresentada, até agora, «em locais relacionados com a vida e memórias da homenageada», sublinha Nélson, acrescentando que, para fechar esse ciclo, «falta realizar a exposição em Ílhavo, Aveiro e no Luso».

Depois disso, será itinerante pelo país, sendo que, para saber por onde vai andar, basta estar atento ao site e redes socais dos Retratos Contados. Os autores estão ainda a organizar, além da exposição, «tertúlias sobre a vida e obra de Alice Vieira».

Nélson acredita que a exibição «pode, e deve, ser visitada por alunos e professores, avós e netos, jornalistas… e por todos que queiram saber sobre esta mulher que não gosta de adjetivos, mas é incomparável».