Francisco Assis, que chegou a ser apontado como possível candidato socialista à presidência da Assembleia da República, não vai, afinal, ser sequer candidato do PS às legislativas de 2021. O nome do eurodeputado ficou de fora das listas do partido, mas José Luís Carneiro, secretário-geral adjunto do partido, desvalorizou a ausência, e mostrou-se confiante que Assis seria reeleito como presidente do Conselho Económico e Social (CES). “Temos a firme convicção que o serviço público de Francisco Assis na presidência do CES vai merecer a confiança e a concordância dos parlamentares que vierem a ser eleitos no dia 30 de janeiro”, defendeu Carneiro, em conferência de imprensa.
quem sai, quem entra Presente nas listas, mas em lugar incerto, está Berta Nunes, que, em 2019, ficou de fora do hemiciclo, após os socialistas terem falhado o número de votos necessários para eleger dois deputados pelo círculo eleitoral de Bragança. Este ano, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas é, novamente, número dois na lista socialista pelo distrito transmontano, e só um aumento no número de eleitores socialistas no distrito lhe dará o procurado lugar no hemiciclo.
"O vencedor leva tudo” Pouco demorou até começarem a ouvir-se as primeiras queixas sobre as listas de candidatos socialistas às eleições legislativas, fechadas e aprovadas na noite de segunda-feira.
Daniel Adrião, socialista que dirigiu a tendência minoritária ‘Democracia Plena’, acusou António Costa de revelar “a visão que tem sobre o modelo de governança do partido: O vencedor leva tudo”. Ainda durante as votações das listas, já Adrião se queixava de Costa deixar fora das listas aqueles que não o seguem. “Uma visão que contrasta com a tradição do PS e com a prática dos seus antecessores, que sempre procuraram que nas listas ficassem refletidas as diferentes sensibilidades internas, designadamente aquelas que foram a votos e que foram lideradas por militantes que se dispuseram a concorrer à liderança do partido, contribuindo para o debate e para o pluralismo interno”, continuava. Adrião discorda do secretário-geral do partido quando garantiu que as listas socialistas são plurais e representativas de todas as correntes de pensamento no partido. “Só se estiver a falar das sensibilidades costistas. A questão é que há mais vida no PS para além do costismo”, disparou Adrião, que acusa a direção do partido de se ter ‘furtado’ “ao diálogo neste processo”. E vai mais longe: “A direção do partido ignorou os estatutos que preveem a possibilidade de os candidatos a deputados serem escolhidos através de um processo de primárias e violou a disposição estatutária que estabelece que os critérios para a elaboração das listas têm de ser aprovados na Comissão Nacional, o que desta vez, pela primeira vez na História do PS, não aconteceu”.