O Fórum para a Competitividade prevê que a economia portuguesa cresça 2,5% a 4,5% este ano, numa “perspetiva mais prudente”, enquanto outras apontam para mais de 5% e antecipa uma “aceleração limitada” da inflação, para 2% a 4%. “Várias fontes disponíveis consideram que a economia deve acelerar em 2022, podendo crescer acima de 5%, mas esta previsão deve ser lida com cautela, porque está relacionada com o atraso da recuperação portuguesa”, diz a entidade liderada por Pedro Ferraz da Costa.
De acordo com o organismo, “em primeiro lugar, esta aceleração é, sobretudo, um sinal do atraso na retoma, que deixou um hiato maior para preencher, e não deve ser confundida com qualquer tipo de dinamismo intrínseco à atividade nacional”, acrescentando que “as economias vão desacelerar no próximo ano são aquelas que ou já completaram a recuperação, ou estão mais adiantadas neste processo”, refere.
Em segundo lugar, o Fórum para a Competitividade avança o facto de “os obstáculos internacionais à recuperação” terem sido “mais persistentes do que o esperado”: “A escalada nos preços da energia continua muito forte, bem como as dificuldades no abastecimento de componentes à indústria, com um forte impacto sobre a inflação”, considera.
O Fórum recorda que, no terceiro trimestre de 2021, “a economia portuguesa abrandou de 4,4% para 2,9% em cadeia, a que correspondeu uma desaceleração mais pronunciada em termos homólogos, de 16,1% para 4,2%, embora estes segundos valores estejam muito distorcidos pelas flutuações excecionais registadas em 2020”.
E lembra: “Em termos europeus, Portugal registou a segunda recuperação mais atrasada de toda a UE [União Europeia]”, nota, acrescentando que, “no quarto trimestre, as restrições então decididas conduziram a um abrandamento da atividade em Portugal, não permitindo recuperar aquele atraso”.
Quanto ao mercado de trabalho, a previsão do Fórum é que a taxa de desemprego caia para entre 6% a 6,5% em 2022, uma vez que Portugal está próximo do “limite inferior da estimativa da taxa natural de desemprego (entre 6% e 7%)”, o que “torna previsível um claro abrandamento do desemprego, ainda que o PIB cresça de forma expressiva”.