O nível da água na albufeira de Castelo de Bode, que abastece Lisboa, voltou nos últimos dias a passar a marca dos 107m de cota, onde já não estava desde o final de janeiro. Com a chuva dos últimos dias, este domingo à noite a barragem, que em fevereiro recuou para o nível mais crítico desde 2001, registava 107,20m de cota, tendo subido um metro desde o valor mais baixo registado a 13 de fevereiro (106,12m), revela o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos.
Como o Nascer do SOL noticiou, esta era a previsão da Agência Portuguesa do Ambiente para este fim de semana, com a chuva da primeira quinzena de março a trazer a perspetiva de um alívio da situação nas barragens e da seca, não sendo no entanto suficiente para a reverter.
Além de Castelo de Bode, onde transvases do Cabril ajudaram também a recuperar o nível de água, há mais cinco barragens com a produção de eletricidade suspensa para guardar água para consumo humano, uma situação que será reavaliada pela APA em abril, com a perspetiva de ser dada luz verde para a retoma de produção de eletricidade quando houver recuperação dos níveis históricos.
No caso de Castelo de Bode, a barragem continua mais de 10 metros abaixo do que se verificava há um ano. Nas barragens do Norte tem havido uma recuperação mais rápida: no Alto Lindoso, a água subiu mais de 7 metros desde o ponto mais baixo a 18 de janeiro, quase três nos últimos dias, encontrando-se 10 metros abaixo do normal, o que continuando a chover a Norte poderá ser recuperado mais rapidamente.
Ricardo Deus, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, adiantou ao Nascer do SOL que com a chuva prevista para este mês é provável um desagravamento da situação de seca no Norte e Centro, mas não será suficiente no Sul.