“O povo da Rússia deve saber que não temos qualquer queixa contra eles”, afirma G7

Ao assinalar a agressão “injustificável, não provocada e ilegal da Rússia contra a Ucrânia independente e soberana”, os países do G7 disseram que estão “do lado do governo e do povo” ucraniano e sobretudo também não estão contra o povo da Rússia. Este grupo afirma que não vai poupar “esforços para responsabilizar o Presidente Putin, os arquitetos…

Os líderes do G7 – grupo que integra as sete maiores economias do mundo – afirmaram, em comunicado, que não vão "poupar esforços para responsabilizar" Vladimir Putin e os seus apoiantes da invasão russa à Ucrânia, nomeadamente o Presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, ao notar que o "povo da Rússia deve saber" que o G7 não está contra ele, mas sim contra Putin, o seu governo e apoiantes, referindo-se mais uma vez a Lukashenko. 

"Não pouparemos esforços para responsabilizar o Presidente Putin e os arquitetos e apoiantes desta agressão, incluindo o regime de Lukashenko na Bielorrússia, pelas suas ações. Para o efeito, continuaremos a trabalhar em conjunto, juntamente com os nossos aliados e parceiros em todo o mundo", sublinhou o G7 num comunicado divulgado, esta quinta-feira, depois de estarem reunidos em Bruxelas a convite da presidência alemã do G7. 

Ao assinalar a agressão "injustificável, não provocada e ilegal da Rússia contra a Ucrânia independente e soberana", os países do G7 disseram que estão "do lado do governo e do povo" ucraniano e sobretudo também não estão contra o povo da Rússia. 

"O povo da Rússia deve saber que não temos qualquer queixa contra eles. É o Presidente Putin, o seu governo e apoiantes, incluindo o regime de Lukashenko na Bielorrússia, que impõem esta guerra e as suas consequências aos russos, e é a sua decisão que abala a história do povo russo", assinalaram os países, que destacaram vários factos no comunicado, como a defesa de sanções aplicadas pelas nações, a necessidade de encontrar outras soluções para o abastecimento de energia para a Europa, a devastação do território ucraniano e as implicações que a guerra traz para a segurança alimentar global. 

"Somos solidários com os nossos parceiros que têm de suportar o preço crescente da escolha unilateral do Presidente Putin de fazer a guerra na Europa. A sua decisão está a pôr em risco a recuperação económica global, mina a resiliência das cadeias de valor globais e terá graves impactos sobre os países mais frágeis. Exortamos a comunidade internacional a tomar medidas, reconhecendo plenamente a responsabilidade da Rússia e protegendo os países mais vulneráveis, com o apoio de instituições internacionais e regionais", declararam os países. 

Para o G7, o ataque russo já colocou em risco "a segurança e a proteção de instalações nucleares na Ucrânia", ao referir que as atividades militares das tropas russas "estão a criar riscos extremos para a população e o ambiente, com o potencial para um resultado catastrófico". 

"A Rússia tem de cumprir as suas obrigações internacionais e abster-se de qualquer atividade que ponha em perigo os sítios nucleares, permitindo um controlo sem entraves por parte das autoridades ucranianas, bem como o pleno acesso e cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica", acentuou o G7. 

Quanto às armas nucleares, os países do G7 avisaram "contra qualquer ameaça de utilização de armas químicas, biológicas e nucleares ou materiais afins", ao recordar novamente as obrigações da Rússia "ao abrigo dos tratados internacionais dos quais é signatária, e que nos protegem a todos". 

No mesmo comunicado, o G7 também se mostrou "preocupada" com "a escalada e o reforço da repressão contra o povo russo e com a retórica cada vez mais hostil da liderança russa, incluindo contra cidadãos comuns", ao lamentar as atitudes de Putin "de privar os cidadãos russos" a aceder "a informação imparcial através da censura", denunciando "as campanhas maliciosas de desinformação, que não deixaremos por resolver". 

"Manifestamos o nosso apoio aos cidadãos russos e bielorussos que se levantam contra a guerra injustificada de agressão contra a sua vizinha Ucrânia. O mundo vê-os", assinalou o G7.