O presidente do PSD, Rui Rio, disse que a escolha de Pedro Adão e Silva para ministro da Cultura foi "polémica" e realçou que há um "traço dominante muito forte do aparelho partidário" no novo Governo socialista, escolhido por António Costa.
À entrada para o primeiro plenário da XV legislatura, esta terça-feira, Rui Rio foi questionado sobre o novo Executivo, que tomará posse amanhã.
"A apreciação sobre o Governo deve ser feita passado algum tempo de estar em funções, mas noto que há um traço dominante muito forte do aparelho partidário naquilo que são as pastas políticas", sublinhou, referindo a propósito "uma escolha que é polémica", a de Pedro Adão e Silva para ministro da Cultura.
Recorde-se que o presidente do PSD já tinha criticado o primeiro-ministro por ter nomeado o sociólogo e comentador político para comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
"Sabemos que se impôs na vida pública fundamentalmente através de comentários permanentemente a defender o Governo, como se de um comentador independente se tratasse, e todos nós percebíamos que era um comentador ligado ao PS, o que agora ficou claro", vincou Rui Rio.
Já quanto à escolha de Fernando Medina para ministro das Finanças, o líder da oposição disse que prefere aguardar pelo seu desempenho para mais tarde retirar as suas conclusões.
Ainda sobre as eleições pelos círculos da emigração, Rio indicou que não se arrependeu dos protestos levantados pelo PSD. Note-se que com a repetição dos votos, o PSD perdeu um deputado social-democrata.
"Como é que alguém se pode arrepender de ter pedido o cumprimento da lei? O Tribunal Constitucional – não por ação nossa – veio reafirmar o que dizíamos e que está muito claro no texto da lei, as pessoas têm de se identificar quando votam", frisou, ao dizer ainda que não saber porque é que o PSD perdeu um deputado na repetição das eleições, mas considerou que não terá sido essa a razão.
Relativamente às eleições diretas no PSD, Rio disse que não queria comentar a candidatura de Luís Montenegro, ao notar que vai "obviamente manter-se afastado disso", no entanto não deixou de mostrar a sua opinião sobre o candidato à sua sucessão.
"Acho que é uma pessoa competente, com estatuto académico, com estatuto social superior", assinalou, admitindo que a sua "preocupação ao escolher pessoas e ao fazer propostas" é "propor sempre soluções de credibilidade e pessoas que tenham capacidade e currículo", como, na sua opinião, "é o caso".