Marcelo Rebelo de Sousa deu esta quarta-feira posse aos membros do XXIII Governo, terceiro socialista, na Sala dos Embaixadores do Palácio Nacional da Ajuda.
A cerimónia começou pelas 17h01, tendo o Presidente da República empossado, em primeiro lugar, o primeiro-ministro, depois os 17 ministros e de seguida os 38 secretários de Estado. Um por um e por ordem hierárquica, os membros do novo Governo foram chamados, num processo que durou cerca de 40 minutos.
No seu discurso, Marcelo alertou para os "tempos difíceis" que o país enfrenta, salientando que estes exigem segurança, estabilidade e espírito de unidade nacional.
"Como em todos os tempos de guerra, da pandemia e da prova de fogo russa, [os portugueses] esperam segurança, estabilidade, unidade no essencial, concentração no decisivo e recusa de primazia de incertezas ou tensões secundárias", disse o chefe de Estado, que pediu para não se esquecesse "a lição destes dois anos de pandemia".
Portugal não é "uma ilha nem oásis", lembrou também Marcelo, sublinhando que o país não está "imune" ao que não pode controlar.
O Presidente da República deixou ainda um "aviso" ao novo Governo, que agora toma posse com maioria absoluta. Os portugueses "deram maioria a um partido, mas também a um homem que fez questão de personalizar o voto. Agora que ganhou tenho a certeza de que sabe que não será politicamente fácil que possa ser substituída por outra a meio de caminho".
Marcelo reiterou também que a maioria absoluta não é um sinónimo de poder absoluto, sem diálogo com os restantes países, afirmando que os portugueses "deram uma maioria absoluta, mas não o poder absoluto nem ditadura de maioria e cabem todos no diálogo social".