O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, falou, esta quinta-feira, para o Parlamento da Austrália, onde alertou para o aumento da ameaça nuclear da Rússia que pode colocar em risco a segurança global.
"Durante dezenas de anos não houve ameaça de um ataque nuclear como a que temos agora, porque os propagandistas russos discutem abertamente a possibilidade do uso de armas nucleares contra aqueles que não querem submeter-se às ordens (da Rússia)", apontou Zelensky numa intervenção transmitida em direto e traduzida no momento para os parlamentares australianos.
Para o líder ucraniano, "o país que usa a chantagem nuclear deveria ser alvo de sanções, o que poderia demonstrar que essa chantagem é destrutiva para o próprio chantagista".
Sempre com uma especial atenção a pormenores mais sensíveis e pessoais, Zelensky recordou a queda do avião comercial MH17 provocada pelas foras pró-russas em território ucraniano, em julho de 2014 – no mesmo ano em que a Rússia anexa a península da Crimeia -, na qual morrerram 298 pessoas, na maioria de nacionalidade holandesa e australiana.
"Se tivéssemos castigado a Rússia pelo que fez… não teria havido invasão", afirmou o chefe de Estado ucraniano ao Parlamento da Austrália.
Além disso, Zelensky aproveitou a atenção do Parlamento australiano para pedir ajuda ao intensificar as sanções contra Moscovo e também mais equipamento militar, sobretudo veículos.
"Vocês têm bons veículos blindados, Bushmasters (de fabrico australiano) que podiam ajudar a Ucrânia de forma substancial, e outro equipamento", assinalou o líder da Ucrânia.
Antes do discurso de Zelensky, o primeiro-ministro do governo de Camberra, Scott Morrison, anunciou que a Austrália vai doar mais 25 milhões de dólares australianos (16,7 milhões de euros) para ajuda militar à Ucrânia.
Este valor anunciado hoje junta-se aos 156 milhões de dólares australianos (111 milhões de euros) que Camberra já enviou para Kiev, sem contar com o material militar (letal e defensivo).