Mariupol revela que poderão estar enterrados 9 mil corpos numa vala comum perto de Manhush

A vala situa-se numa aldeia que se encontra a cerca de 20 quilómetros da cidade portuária de Mariupol, que está atualmente cercada pelas tropas russas e que está perto de ficar totalmente sob o controlo dos mesmos.

A autarquia de Mariupol estima que poderão estar até 9 mil corpos de civis enterrados, numa vala comum, perto de Manhush. Esta revelação baseia-se nas imagens de satélite da empresa de tecnologia espacial Maxar, que ajudam a prever que poderão ser encontrados entre 3 mil e 9 mil cadáveres.

Segundo o jornal The Kyiv Independent, a vala situa-se numa aldeia que se encontra a cerca de 20 quilómetros da cidade portuária de Mariupol, que está atualmente cercada pelas tropas russas e que está perto de ficar totalmente sob o controlo dos mesmos.

“Os ocupantes cavaram trincheiras com uma profundidade de 30 metros e estão a usar camiões para trazer os corpos”, afirma ainda a autarquia, que ainda revela que a vala comum vista por satélite já está “duas vezes maior do que o cemitério mais próximo”.

De acordo com a BBC, as imagens da Maxar mostram a presença de mais de 200 sepulturas nesse local. De notar que este número tem crescido desde o final de março.

Nesta sequência, os funcionários locais ucranianos têm acusado a força militar russa de enterrar civis que foram mortos pelos russos no local. Esta acusação ainda não mereceu a resposta de Moscovo, indica ainda o jornal britânico.

Sublinhe-se ainda que o autarca de Mariupol, Vadym Boichenko, tinha já dito que dezenas de milhares de civis podem ter sido mortos na cidade sitiada, desde o início da invasão russa, a 24 de fevereiro.

O início do mês de abril ficou marcado pelo “genocídio” de Bucha, que também foi revelado através das imagens fornecidas pela Maxar. Com este satélite, foi possível verificar a existência de inúmeros corpos de civis espalhados pelas ruas, quase duas semanas depois de os russos terem saído daquela região. Segundo o presidente da Câmara de Bucha, Anatoliy Fedoruk, pelo menos 300 civis tinham sido abatidos naquela cidade.

Até à data, Moscovo nunca confirmou estas acusações feitas tanto pela Ucrânia como por vários países ocidentais, que culpabilizam as tropas russas de assassinar em massa cidadãos locais.