O presidente da Câmara de Lisboa anunciou, esta sexta-feira, que vai avançar com uma consulta pública sobre o fecho ao trânsito da Avenida da Liberdade aos domingos e feriados e estudos dos impactos desta medida apresentada pelo Livre e aprovada pela oposição.
Para Carlos Moedas (PSD), "uma medida, mesmo aprovada, tem de ter consistência em termos de cabimento económico e de impacto ambiental", notou, ao frisar que "um presidente da câmara tem de defender os cidadãos".
Depois de muito manifestar sobre uma medida que foi aprovada sem qualquer estudo prévio ou audição dos envolvidos, Moedas assegurou que a primeira coisa a fazer é pedir uma consulta pública.
Mas não fica já por aqui. O autarca disse que também vai pedir estudos dos impactos da medida, vincando que a Ordem dos Engenheiros já manifestou disponibilidade para ajudar nesta avaliação, e vai dar ouvidos ainda aos comerciantes e residentes na zona.
"E depois, baseado nisso, poderei ou não tomar essa medida, depois de ter um sustento em termos de dados. Não podemos continuar a fazer política por instinto, isto tem de ser estudado", apontou Carlos Moedas aos jornalistas durante o evento da apresentação das Festas de Lisboa de 2022.
Na ótica de Moedas, como presidente da Câmara tem "o direito de pedir os estudos que sustentam essa medida".
"E enquanto não tiver esses estudos penso que a sociedade lisboeta estará comigo, [na decisão de] que não posso implementar uma coisa que não tem sustento em termos numéricos, nem de dados, nem de impacto", sustentou.
“Ninguém se perguntou quanto custa fechar a Avenida a Liberdade", afirmou o presidente, ao apontar que a mobilização de polícia ou a colocação de barreiras para fechar o trânsito, por exemplo, tem um custo.
"Os lisboetas vão querer saber quem é que paga. Pagam eles e, portanto, se pagam eles, têm de ter uma palavrinha antes dos políticos", disse.
Ainda assim, Carlos Moedas fez questão de dizer que é a favor das medidas de descarbonização, ao admitir que poderá desenvolver criar quarteirões-piloto na cidade para encontrar soluções para fechar o trânsito na cidade. "Mas isso tem de ser decidido com as pessoas", reiterou.
A proposta do Livre impõe a redução em 10 quilómetros/hora da velocidade máxima de circulação permitida atualmente em toda a cidade e a eliminação do trânsito automóvel na Avenida da Liberdade aos domingos e feriados.
Este assunto será debatido já na próxima reunião pública da câmara, na quarta-feira, onde Carlos Moedas propôs “aprovar submeter a consulta e discussão pública as medidas constantes da deliberação n.º 233/CM/2022", correspondente à proposta do Livre.