O CDS não poupou críticas às declarações do presidente do Turismo de Portugal que terá aconselhado os agentes do setor no Norte a optarem pela espanhola Iberia em vez da TAP e a focarem-se mais no aeroporto de Madrid, em detrimento do do Porto.
Esta recomendação de Luís Araújo foi feita, numa reunião promovida pelo Turismo do Porto e Norte, na presença da secretária de Estado do Turismo, o que, segundo o CDS, só torna a situação mais grave.
“As declarações do presidente do Turismo de Portugal e a conivência da secretária de Estado Rita Marques, são ofensivas para milhões de portugueses e milhares de empresas que através de muito esforço, empreendedorismo e persistência, pagando impostos saídos de rendimentos gerados em mercados internacionais, têm o direito de beneficiar do aeroporto Francisco Sá Carneiro e da TAP, como ferramentas essenciais para as suas atividades”, sublinha o CDS, em comunicado.
“O Turismo de Portugal é um instituto público e o Norte de Portugal não é uma região espanhola”, acrescenta o partido, que “repudia publicamente as declarações do presidente do Instituto do Turismo, validadas pela tutela”.
Mas o partido, liderado por Nuno Melo, vai mais longe, dizendo que lamenta que “perante factos tão graves”, “os partidos políticos com assento parlamentar não tenham requerido ainda a audição do presidente do Instituto do Turismo Luís Araújo, da secretária de Estado Rita Marques e do ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos na Assembleia da República, como o CDS teria feito”.
No comunicado, apelidado de TAP – Um país, dois sistemas, o CDS, que perdeu o assento parlamentar nas últimas legislativas, lembra ainda que “num país onde falta quase tudo em áreas fundamentais, da Saúde à Educação, passando pela Justiça” é essencial que uma transportadora aérea que “tenha a pretensão de ser nacional e de bandeira, ou serve os interesses estratégicos e sociais do país inteiro que a sustenta, ou perde sentido”.
Caso contrário, é melhor que “seja reconduzida a uma, de duas realidades: ou é regionalizada e perde o estatuto nacional, com tudo quanto isso implique, ou é privatizada e deixa de ser um encargo brutal para os contribuintes, passando os acionistas a responder pelos respetivos resultados”, defende.