Bombeiros “asfixiados” pelo preço dos combustíveis na AR

Requerimento para audição urgente da Liga Portuguesa dos Bombeiros foi apresentado pelo PSD.

A Liga Portuguesa dos Bombeiros vai ser ouvida esta quarta-feira na Comissão Parlamentar de Saúde sobre o impacto da subida do preço dos combustíveis nas corporações. A audição foi pedida com caráter de urgência pelo PSD ainda em abril e está agora marcada, numa altura em que os preços voltaram a atingir valores inéditos no caso do gasóleo. 

Em abril, o PSD justificou o pedido de audição com as declarações do presidente da LBP, António Nunes, que alertava então que as corporações de bombeiros estavam na iminência de “deixar de ter capacidade para pagar os combustíveis aos fornecedores”, o que para o partido “naturalmente põe em risco a possibilidade de assumir os compromissos decorrentes da sua função, nomeadamente a capacidade de prestar atividade assistencial às populações”.

A Liga pedia medidas que mitigassem o impacto, tendo apresentado aos Ministérios do Administração Interna e da Saúde um conjunto de propostas, que incluem a medidas equivalentes às adotadas para os transportes públicos, acesso ao gasóleo verde e a assinatura do despacho acordado entre a Liga e o Ministério da Saúde em novembro de 2021 para o transporte não urgente de doentes, que revia a tabela de 2012.

Já na última semana, a Liga Portuguesa dos Bombeiros voltou a insistir que a tabela seja revista e a alertar para uma “asfixia” das corporações devido ao aumento dos combustíveis que “não conseguem suportar”, estimando um impacto negativo superior a 10 milhões de euros nas 434 associações de bombeiros. 

Transporte em risco com carros parados Em declarações à Lusa, António Nunes afirmou mesmo que o transporte de doentes não urgentes está “condenado ao colapso caso não haja medidas eficazes”. “Muitas associações começam a reduzir o número de transportes de doentes em função dos custos que estejam associados. Algumas das viaturas sujeitas a portagem começaram também a ficar paradas. E o panorama é dramático perante esta asfixia galopante”, referiu o responsável, à frente da Liga desde outubro de 2021.