No último ano letivo, 78 mil alunos das escolas públicas foram abrangidos por medidas de Educação Inclusiva, com maior prevalência no segundo e terceiro ciclo, em que quase 10 em cada 100 alunos tiveram algum tipo de intervenção. Na maioria das vezes, foram medidas seletivas como reforço da matéria, apoio psicopedagógico ou adaptações curriculares não significativas.
Os dados constam de um relatório publicado ontem pelo Ministério da Educação, que não refere se esta prevalência vai ao encontro do esperado na população de jovens. No pré-escolar, foram objeto de intervenção 3 474 crianças, 2,7% das matriculadas na rede pública. No 1.º ciclo, 22 522 alunos (7,4% ), no 2.º ciclo 16 169 crianças (9,45), no terceiro ciclo 24 941 (9,1%) e por fim, no secundário, 11 162 jovens (4,6% dos estudantes nestes anos).
Nem todos precisavam de apoios especializados além do apoio dos professores, mas a grande maioria sim. “De entre os 78 268 Relatórios Técnico-Pedagógicos, foi identificada a necessidade de intervenção de 56 866 apoios especializados para apoiar a operacionalização das medidas seletivas e/ou adicionais mobilizadas”, lê-se no documento, que dá conta de que sessões de psicologia, terapia da fala e terapia ocupacional são as sinalizações mais comuns.
“O inquérito apurou a existência de 7 122 docentes a desempenhar funções específicas de apoio à aprendizagem e à inclusão para os alunos abrangidos por RTP, nos Agrupamentos de Escola e Escolas Não Agrupadas. A intervenção do docente de Educação Especial assume sempre valores acima dos 97%, ao longo de toda a escolaridade obrigatória”, destacou a tutela, assegurando que todos os agrupamentos dispõem já de uma Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva e de um Centro de Apoio à Aprendizagem. M.F.R.