As medidas de mitigação do impacto da pandemia, do pacote “inflação e Ucrânia” e do PRR agravaram o saldo global das administrações públicas, em contabilidade pública, em 1403 milhões de euros até abril. As contas são da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).
E lembra que, no final do mês de abril, “o efeito direto conhecido das medidas de mitigação dos malefícios da doença covid-19 e do pacote “inflação e Ucrânia”, bem como das medidas do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], agravou o saldo global em 1.403 milhões de euros”.
Os técnicos do parlamento dizem ainda que as medidas de política covid-19 “prejudicaram” o saldo global em 1239 milhões de euros, reduzindo “significativamente o seu impacto” (1052 milhões de euros) face ao período homólogo (2290 milhões de euros) e que a despesa com medidas de política destinadas à mitigação dos efeitos da inflação no poder de compra das famílias e no custo de produção de certos setores agravou a posição orçamental em 165 milhões de euros.
Já em relação à despesa respeitante à implementação do PRR, na componente subvenções, ascendeu a 54 milhões de euros, “mas o seu impacto sobre o saldo global é nulo, uma vez que até ao final do mês de abril foi inteiramente financiada por subvenções comunitárias (instrumento Next Generation EU)”.
A UTAO diz também que, de acordo com o Orçamento do Estado para 2022, na totalidade do ano prevê-se uma “redução significativa” face à execução de 2021 do esforço financeiro das Administrações Públicas portuguesas com as medidas destinadas ao combate à pandemia.
“Prevê que as medidas do pacote ‘inflação e Ucrânia’ agravem mais o saldo global do que as medidas covid-19. Prevê, ainda, que a concretização do PRR execute um montante muito expressivo de despesa e um impacto relativamente diminuto no saldo”, salientam.