FMI vai rever em baixa perspetivas de crescimento económico

Guerra na Ucrânia e os “choques de preços de mercadorias” vão obrigar a rever as metas para este ano e para 2023.

A guerra na Ucrânia e os “choques de preços de mercadorias” estão a assombrar as perspetivas económicas globais. A afirmação foi feita pela diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), ao ponto de garantir que, a instituição irá cortar, no final do mês, as perspetivas de crescimento para este ano e 2023, no final deste mês.

Estes alertas foram publicados num artigo divulgado na página do FMI e que é revelado antes da reunião dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20, agendada para sexta-feira e sábado, em Bali, na Indonésia.

“Quando o G20 se reuniu pela última vez em abril, o FMI tinha revisto em baixa a previsão de crescimento global para 3,6% para este ano e o próximo, e alertávamos que poderia piorar devido a potenciais riscos negativos no futuro”, escreve Georgieva.

No entanto, lembra que, “desde então, muitos desses riscos materializaram-se e as múltiplas crises que o mundo enfrenta intensificaram-se”, afirmando que a inflação está acima do esperado e alerta que pode “acender tensões sociais” nos países afetados.

“Continuou a tendência para um crescimento mais lento e inflação elevada”, lê-se no documento, citando a guerra na Ucrânia como fator de influência, mas também as novas medidas de contenção tomadas na China para combater a propagação da pandemia ou o aperto das políticas monetárias dos bancos centrais de países como os Estados Unidos.

Entre as principais preocupações, o FMI está também alarmado com a insegurança alimentar que está “a escalar rapidamente”, com os impactos mais graves nas populações mais pobres. A instituição defende o “multilateralismo” e toma como exemplo o cancelamento das restrições recentemente impostas às exportações de alimentos.

“Também é necessária uma cooperação internacional contínua para acabar com a pandemia, alcançar emissões líquidas zero (dióxido de carbono) até meados do século, apoiar economias vulneráveis e reformar a tributação internacional das empresas”, acrescenta.