Eurico Brilhante Dias, líder da bancada socialista na Assembleia da República, fez ontem um resumo dos dois dias de reunião descentralizada da direção socialista, com dois fios condutores claros: o debate do Estado da Nação, que se realiza a 20 de julho, e o futuro, apesar das dificuldades que o país (e o mundo) está a passar. O PS pretende “dar aos portugueses uma ideia de futuro”, apesar de “todas as dificuldades”, assinalou Brilhante Dias, referindo-se aos efeitos da invasão russa da Ucrânia, bem como à pandemia da covid-19.
“É importante dar aos portugueses uma ideia de futuro, que o país tem futuro, e que esse futuro melhor se constrói todos os dias com mais investimento, público e privado, com sentido estratégico do desenvolvimento dos nossos recursos”, continuou o líder parlamentar socialista, que foi, no anterior Executivo, secretário de Estado da Internacionalização.
Brilhante Dias falava aos jornalistas de Sines, em Setúbal, onde aproveitou para referir os investimentos por lá feitos, bem como “outros bons exemplos”, argumentando que é graças a estes mesmos investimentos que se tem conseguido diminuir a taxa de desemprego. Uma taxa que – conforme o líder parlamentar fez questão de recordar – “chegou a atingir quase 18%” no tempo do Executivo do PSD-CDS.
oposição Eurico Brilhante Dias não perdeu a oportunidade de atirar algumas farpas ao PSD, relativamente ao assunto do novo aeroporto de Lisboa, em que pediu aos sociais-democratas que separem aquilo que é “fazer oposição ao Governo do que é fazer oposição ao país”. Isto porque, na segunda-feira, o vice-presidente social-democrata, Paulo Rangel, argumentou que o Governo não pode “passar a bola” ao PSD nesta matéria.
“O PSD tem de escolher o seu caminho e precisa de perceber que fazer oposição ao Governo é legítimo, é normal, o Governo precisa de uma boa oposição, mas deve separar o que é fazer oposição ao Governo do que é fazer oposição ao país”, acusou Brilhante Dias, considerando que “a opção política do Governo [sobre o novo aeroporto] é clara”: envolver o maior partido da oposição para que a solução final seja perene.
“A oposição também é responsável pelo futuro do país”, continuou Brilhante Dias, deixando uma mensagem em direção a Luís Montenegro, líder do PSD:
“A política de terra queimada não resolve os problemas dos portugueses e, por isso, não resolve problema de nenhum político português, nem mesmo do dr. Montenegro”.