Durante os meses de verão a separação entre uns e outros fica na sua maioria bem definida: aqueles que se apresentam bem-dispostos estão muito provavelmente em contagem decrescente para as férias ou, no limite, acabaram de regressar e tentam prolongar o lado mais imperturbado até o bronzeado começar a desaparecer; e, do lado contrário, os irritadiços, que seguem sem os dias de descanso à vista ou já voltaram há pelo menos três semanas, sensivelmente o tempo que o sol demora a conceder novamente às olheiras o estatuto de protagonistas do rosto. Até as sardas perdem a força mal a bagagem começa a ser arrumada.
Habitualmente estes últimos fazem-se notar com mais facilidade, pelas mais diversas razões, que, no resto do ano, vamos tentando justificar com outros cenários possíveis porque, lá está, não podemos simplesmente encaixar num dos lados da divisão usada exclusivamente entre finais de junho e setembro.
Contas feitas, 1/3 do período em causa está oficialmente esgotado, convém ir estando atento.
E não vale a pena acreditar que não nos enquadramos em nenhuma das duas opções, porque quando assim é significa automaticamente que estamos no clube dos resmungões. E só há uma coisa pior do que estar chateado: é estar chateado e não ter consciência disso.
Às portas do mês mais querido do calendário, nada como aproveitar para equilibrar esta balança.
Para quem está de férias, para quem ainda vai e para os recém-regressados o melhor é apostar no after sun para ver se o tom de pele se prolonga e, com ele, os efeitos associados.
Num instantinho voltamos à casa de partida e, se as olheiras dão para esconder, o mau feitio dificilmente se disfarça. É como ir jantar depois de um dia de praia com areia no corpo. Além de incomodativo, é também desnecessário.