16 mil professores à beira da reforma nas escolas
Nos próximos quatro anos (entre 2022/23 e 2025/26) deverão chegar à idade da reforma cerca de 16 mil professores nas escolas públicas. Uma análise feita por Luísa Loura, diretora da Pordata e ex-diretora geral de Estatísticas do Ministério da Educação em fevereiro estimou que, com base nos professores atualmente em formação, até 2025/2026, poderão faltar todos os anos 212 professores de português, 128 professores de matemática, 105 professores de Biologia e Geologia, 88 professores de Físico Química, 200 professores de História e Geografia, 107 professores de ingês e 77 professores de Filosofia, agravando-se estes números a partir do ano letivo 2026/2027. Se do pré-escolar ao 2ºciclo não haverá falha de docentes, a especialista disse na altura ao i que “no que refere às áreas disciplinares específicas do 3.º ciclo e secundário há evidência de que, excetuando na Educação Física, irá haver défice em todas”.
Faltam mais de 700 médicos de família
No final de maio, havia quase 1,4 milhões de utentes do SNS sem médico de família. Fazendo as contas às listas com 1900 utentes, dá um défice de 734 médicos de família nos cuidados primários. Os novos especialistas iniciam funções no final do mês, esperando-se a entrada de 272 novos médicos, que continuarão assim aquém das necessidades (podem cobrir meio milhão de utentes, mas esperam-se mais reformas). Abriram mais vagas do que candidatos, mas cerca de uma centena de médicos optaram por não ficar no SNS. Nos últimos anos, a estimativa da ordem é que faltam cerca de 4 mil médicos no setor público.
Carências de enfermeiros
Só na região de Lisboa, faltam 1.500 enfermeiros de família para cumprir os rácios, defendeu o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses num protesto no início de julho. A Ordem dos Enfermeiros já chegou a apontar para a falta de 30 mil profissionais no SNS.
Repartições de Finanças
Um dos alertas do final do ano passado era para a falta de trabalhadores nas repartições de Finanças, nomeadamente no interior. O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) considerou o recrutamento de 200 trabalhadores uma medida avulsa. segurança social Em maio, o PCP apresentou uma proposta para a admissão de 1.500 trabalhadores no Instituto da Segurança Social com um vínculo por tempo indeterminado. O secretário-geral comunista lamentou que nos últimos 12 anos tenham sido “destruídos mais de 7.000 dos 15.000 postos de trabalhos” na Segurança Social.
Raio-x da força de trabalho no Estado
Em junho, a Direção-Geral da Administração e do Emprego Público publicou o balanço de 2021: no final do ano passado, em cada 100 trabalhadores que constituem a população ativa do país (empregados e desempregados), 14,1 trabalhavam no Estado. Em cada 10 trabalhadores no sector das administrações públicas mais de 6 eram mulheres (61,5%). A idade média estimada para o total dos trabalhadores das administrações públicas era de 47,9 anos, tendo aumentado 4,3 anos em comparação com o final de 2011. Excluindo Forças Armadas e de Segurança, a idade média dos funcionários públicos já está nos 48,9 anos, a caminho dos 50.
Os setores com o índice de renovação mais baixo, medido pela DGEAP em função do número de trabalhadores com menos de 40 anos por cada 100 funcionários mais velhos, incluem Justiça ou Educação, onde por cada 100 maiores de 40 há menos de 10 trabalhadores até aos 40 anos de idade.
"A renovação dos trabalhadores diminuiu em todos os subsectores das administrações públicas entre 2011 e 2021: em 31 de dezembro de 2021, por cada 100 trabalhadores com idades compreendidas entre os 55 anos e os 64 anos existiam apenas 23,9 com idades compreendidas entre os 20 e os 29 anos, índice que era bastante inferior ao registado a 31 de dezembro de 2011 (61,4)", conclui o organismo.