PCP apresenta hoje solução para novo aeroporto e defende Alcochete

Vereadores comunistas vão sugerir a desativação faseada do aeroporto de Lisboa, alegando que não é compatível com as necessidades da cidade.

Os vereadores do PCP da Câmara de Lisboa vão apresentar hoje a sua proposta de solução para o aeroporto de Lisboa. De acordo com os comunistas, o campo de Tiro de Alcochete é a localização mais indicada para a futura infraestrutura, defendendo, ao mesmo tempo, a desativação faseada do Aeroporto Humberto Delgado. Esta solução vai ser apresentada nesta terça-feira, às 18h,  no Jardim do Campo Grande, em Lisboa, e será apresentada para discussão e votação da reunião pública da autarquia no dia seguinte.

A ideia, de acordo com os vereadores comunistas, é “mandatar o presidente da Câmara para iniciar os contactos necessários com o Governo sobre os moldes e calendário para desativação faseada do Aeroporto Humberto Delgado e sobre as medidas de minimização de impactos a adotar até que essa desativação seja concretizada, nomeadamente quanto à restrição efetiva de voos noturnos, à elevação das altitudes de sobrevoo da cidade, entre outras”.

Para o PCP, “a existência de um aeroporto internacional dentro de uma cidade é dificilmente compaginável com os padrões de qualidade de vida que se desejam para Lisboa” e, como tal, pretende levar a cabo uma campanha de sensibilização da população, “com suporte nos meios próprios de propaganda da Câmara Municipal, nas redes sociais e nos media, sobre os impactos na saúde da população e no ambiente decorrentes do funcionamento do Aeroporto Humberto Delgado, tendo por referência os volumes de tráfego atuais e previsíveis no futuro próximo”. E acrescenta: “Para o PCP é urgente intervir em defesa do ambiente, da segurança e da saúde da população da cidade e este é o momento certo para uma imprescindível e inadiável clarificação de posições no executivo municipal de Lisboa”.

Quanto à solução do campo de Tiro de Alcochete, os comunistas afirmam que é necessário ter em conta a proposta técnica final de revisão do plano regional de ordenamento do território da Área Metropolitana de Lisboa e, por isso, pretendem “mandatar o seu presidente para manifestar esta posição ao Governo”.

 

Solução em stand-by

Esta proposta surge numa altura em que a reunião entre António Costa e Luís Montenegro, na sexta-feira, acabou sem novidades, apenas com a garantia do primeiro-ministro de voltar a falar sobre este dossiê. “Sobre o aeroporto, trocámos informações do que cada um dispõe e ficámos de voltar a falar brevemente sobre o tema. Luís Montenegro também está a fazer audições no PSD», disse, acrescentando ainda que há “consciência da urgência de tomar uma decisão, mas não pode ser uma decisão apressada. É normal que o líder o PSD que entrou agora em funções queira recolher informação antes de avançar. Não procurámos chegar a um acordo. Informou-me do trabalho que está a fazer no PSD para ter posição mais consolidada sobre o assunto”.

Já este domingo, o líder social-democrata considerou que está a haver uma “tentativa de encostar a responsabilidade” pela decisão do projeto ao PSD, lembrando que a obra do novo aeroporto de Lisboa já devia ter começado há sete anos.