Depois de Espanha é a vez de França de aprovar medidas no valor de 20 mil milhões de euros para ajudar as famílias com dificuldades financeiras. A proposta foi aprovada no Parlamento francês com 395 votos a favor e 112 contra e tem como objetivo atenuar o aumento dos preços da energia e da alimentação. Esta foi das principais promessas eleitorais de Macron, que foi reeleito para um segundo mandato presidencial em abril, mas teve agora uma tarefa dificultada, uma vez que, já não dispõe de maioria parlamentar.
“O vosso poder de compra é a nossa prioridade”, escreveu o porta-voz do Governo francês, Olivier Veran, no Twitter. E acrescentou: “Para vos proteger da inflação, mantivemos o preço dos combustíveis e da eletricidade tabelado e estabelecemos um limite de 3,5% para o aumento das rendas”. Também a ministra da Transição Energética francesa garantiu que “estamos a viver uma das mais graves crises energéticas de sempre, o que representa cerca de 60% da atual inflação”.
A lei inclui ainda um aumento de 4% das pensões e de algumas prestações sociais. Nos combustíveis, um desconto financiado pelo Estado que é atualmente de 18 cêntimos por litro aumentará para 30 cêntimos em setembro e outubro. Já as empresas privadas estão também a ser encorajadas a dar aos empregados um bónus anual livre de impostos de até seis mil euros.
França segue assim o exemplo espanhol. O Governo de Pedro Sánchez avançou com um pacote de medidas que representa um esforço extraordinário do ponto de vista orçamental, mais de 9 mil milhões euros, que se desdobra em 5500 milhões em gastos para proteger famílias e empresas, e 3500 milhões em descontos fiscais. Uma das medidas mais emblemáticas é a a imposição de um teto máximo de 2% na subida das rendas.
Mas não fica por aqui. A partir de setembro está prevista a redução de 50% no preço de todos os passes mensais, um aumento de 15% nas pensões de reforma e invalidez – o que representa um aumento de 60 euros por mês (360 euros até ao final do ano) – e um auxílio direto de 200 euros para trabalhares independentes mais vulneráveis, desempregados e famílias de baixos rendimentos.
Já em relação ao IVA na fatura de eletricidade também será reduzido de 10% para 5% e as restantes medidas relacionadas com a eletricidade serão mantidas, como a prorrogação do desconto do bónus social, a suspensão do imposto sobre o valor da produção e redução do imposto mínimo de eletricidade. Quanto aos combustíveis continua existir uma redução de 20 cêntimos no litro de combustível até ao final do ano.