“Por um lado, vemos com indignação, porque há várias dimensões graves nesta nomeação que, na realidade, legalmente, é uma contratação, mas, por outro lado, não nos surpreende porque corresponde a um padrão de patronagem política e de nomeação de amigos e de troca de favores que vem a acontecer há vários anos em Portugal”. Esta é a reação de Susana Coroado, presidente da organização não-governamental Transparência Internacional (TI) Portugal, espelhada à Lusa sobre a contratação de Sérgio Figueiredo como consultor estratégico para fazer a avaliação e monitorização do impacto das políticas públicas no ministério de Fernando Medina.
Segundo o jornal Público, este é um contrato por ajuste direto e ex-diretor de informação da TVI vai auferir um ordenado ilíquido equivalente ao vencimento mensal de um ministro: 4767 euros.
Susana Coroado diz ainda que “também não se compreende bem o currículo de Sérgio Figueiredo. Nós, na Transparência Internacional Portugal, estamos curiosos para ver o contrato de prestação de serviços que acreditamos que o Ministério das Finanças vá publicar no portal Base da contratação pública, porque não se compreende bem”, acrescentou à Lusa.
E diz ainda que esta situação é a retribuição do “favor que Sérgio Figueiredo fez, como diretor da TVI a Fernando Medina, contratando-o como comentador”. “Por outro lado, é uma contratação que é uma nomeação através de contrato de contratação pública, porque dá a sensação que ele não podia ser nomeado como um membro de um gabinete normal, porque não poderia receber o ordenado chorudo que vai receber”, acusa ainda.
A responsável defende ainda ser “uma pena que a contratação pública sirva para este tipo de nomeação de amigos”.