Carlos Guimarães Pinto, deputado da Assembleia da República e antigo presidente do Iniciativa Liberal, considerou que o anúncio de António Costa sobre o pacote de apoio em combate à inflação "foi um exercício de populismo e manipulação".
O primeiro-ministro aproveita-se "da iliteracia económica das pessoas para fazer passar por positiva medidas que não acrescentam nada ou em alguns casos são um verdadeiro presente envenenado", acusou Guimarães Pinto numa publicação no Facebook, onde passou a exemplificar. Sobre os 125 euros que serão dados a todos aqueles que ganham até 2.700 euros, recordou que "uma pessoa que ganhe 2.700 euros brutos entrega todos os meses de IRS cerca de 700 euros por mês", rematando: "Aquilo que António Costa deixou implícito é que esta pessoa a quem o Estado vai buscar 700 euros de IRS todos os meses precisa da caridade do Governo. Mas esta pessoa não precisa da caridade de Costa. Precisa que o Estado a deixe ficar com uma parte maior do seu salário, daquilo que ganhou honestamente".
E continuou: "Tirar 700€ de um lado todos os meses e dar 125€ por outro num único mês não é uma política social, é uma política de dependência".
Na mesma onda de utilizar exemplos para defender a sua posição, Guimarães Pinto tomou o exemplo de quem ganha 1.500 euros e recebe líquidos pouco mais de mil euros, entregando 250 euros ao Estado todos os meses. "Se o Governo quisesse mesmo ajudar a passar por esta fase complicado, não o faria criando clientelas e dando esmolas, mas deixando que estes trabalhadores ficassem com mais daquilo que ganham. Aquilo que o governo faz e tirar com uma mão muito (e de forma permnente) e dar com outra mão pouco (e de forma excepcional)", acusou o liberal.
Em jeito de conclusão, Carlos Guimarães Pinto defendeu que "estivemos perante um exercício de ilusionismo e o pior é que pode muito bem resultar eleitoralmente". "Muitos trabalhadores e pensionistas irão exultar com o dinheiro extra recebido em Outubro sem se aperceberem que o pagam em triplo, quadruplo ou quíntuplo todos os meses (no caso dos trabalhadores) ou que pagarão o presente envenenado de Outubro com juros o resto da vida (no caso dos pensionistas)", concluiu.