O Ministério Público (MP) recebeu uma lista com dados de sete sacerdotes suspeitos de abuso sexual de menores, lista acessa a que teve acesso através da iniciativa do padre 'Cardoso' que, em abril deste ano, deu conta de suspeitas sobre 12 sacerdotes, alguns deles ainda no ativo.
De acordo com o jornal Expresso, o Patriarcado de Lisboa está a analisar a informação que foi encaminhada para o MP e confirma que “a pedido da Comissão Diocesana de Proteção de Menores do Patriarcado de Lisboa, o padre ‘Cardoso’ fez chegar um documento onde são referidos sete alegados casos, todos ocorridos há décadas”.
Entre os casos, quatro são públicos, dois relativos a sacerdotes já falecidos e um referente a um que deixou de exercer.
A lista contem sete dos 12 nomes que foram revelados pelo padre "Cardoso" à comissão responsável pela investigação das denúncias de abusos sexuais no seio da Igreja nos últimos 50 anos.
Em declarações ao órgão de comunicação supramencionado, o padre referiu que se encontra “disponível para prestar todas as informações que achar pertinentes” ao Patriarcado de Lisboa, uma vez que se trata de “uma lista mais pequena, circunscrita aos padres de Lisboa”.
O documento está ainda a ser analisado pela comissão liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht que, até ao final do ano, deverá fazer um levantamento das denúncias dos últimos 50 anos.
Na sequência da reunião Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que se realizou esta segunda-feira, a entidade confirmou que a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos de Menores na Igreja vai concluir o seu relatório no final deste ano, estando prevista a divulgação dos resultados para meados de janeiro de 2021.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), em julho, o MP abriu uma dezena de inquéritos a partir das 17 queixas anónimas reportadas pela Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica em Portugal, sendo que sete desses inquéritos se encontram em investigação e três foram arquivados: um por prescrição, outro porque se apurou que os factos já tinham sido julgados e alvo de condenação, e outro por falta de provas.