Quando anunciou a candidatura à distrital do PSD do Porto disse que queria concretizar ‘a revolução laranja’ no distrito. Que revolução é essa?
A revolução laranja tem quatro princípios e objetivos. Primeiro, é conquistar mais câmaras municipais, mais juntas de freguesia e mais membros de assembleia municipal. O PPD-PSD nasceu essencialmente no distrito do Porto. Temos de ter maior presença no poder local aqui no distrito do Porto. Um dos objetivos principais são as autárquicas de 2025. Segundo, é no mínimo recuperarmos os militantes que perdemos nos últimos quatro anos. Nós perdemos cerca de cinco mil militantes ativos nos últimos quatro anos. Tivemos infelizmente alguém a nível nacional, uma estrutura nacional que queria tornar o partido pequeno. Ou seja, era mais fácil abrir uma conta bancária do que se filiar no PPD-PSD. No mínimo, em dois anos, queremos ter esses cinco mil militantes ou mais. O terceiro desígnio é reativar as relações que existiam com o PP da Galiza. Para falarmos e voltar acima da mesa o eixo Atlântico, que é fundamental essa ligação do distrito do Porto e do Norte com a Galiza. Entre outras entidades, nomeadamente voltar a estar próximo do movimento associativo, do movimento sindical de todas as diversas áreas. Ou seja, temos que estar próximos da associação de empresários de Portugal, dos empresários, de todas as associações comerciais, das fundações académicas, das associações de estudantes, das associações ambientais. Temos que estar próximos e escutar aquilo que são as suas ideias, para colocar o partido a trabalhar para isso. Depois, temos um outro objetivo que é voltarmos ao debate ideológico. É fundamental demonstrar aos portugueses que dizem, muitas vezes, que o PSD é igual ao PS, que não é assim. O PPD-PSD é muito diferente deste PS. Hoje, o PS é um partido de extrema esquerda. Temos por exemplo como presidente da federação distrital socialista do Porto, Manuel Pizarro, um ex-militante comunista. Temos, à frente da secção do Porto, o Tiago Barbosa Ribeiro, que vem do BE. Tivemos uma ministra em lista de espera, Marta Temido, que pela sua ideologia degradou como nunca o SNS. É este PS que está a desfazer o SNS. As IPSS, as Santas Casas da Misericórdia e também o tecido privado da saúde podiam ajudar amplamente quem não tem médico de família e a prestar melhores serviços nesta área. Temos um ministro da Economia que foi um ex-militante ativo do MPLA. Nós temos elementos no Governo que são de extrema esquerda e que aplicam políticas de extrema esquerda. Para o PS, uma pessoa que ganhe mil e duzentos euros líquidos é uma pessoa rica. Querem nivelar tudo por baixo, querem nivelar toda a gente pelos oitocentos euros líquidos.
E o PSD é diferente?
O PSD não é isto. Quer toda a gente com melhor qualidade de vida. O nosso grande desiderato é ter uma voz que seja apropriada para o povo, porque o PPD-PSD é um partido do povo, é um partido interclassista e temos que voltar novamente ao debate ideológico. Demonstrar claramente que quanto maior for a classe média, que está a ser atrofiada por este PS, mais rico é o país. Quanto mais empresas existirem, mais rico é o país. Para o PS, só deveria existir Estado, Estado, Estado. E isto não se coaduna com os dias de hoje. Aliás, se formos ver os países hoje que são liderados pelo Partido Socialista, só temos dois no panorama europeu, que é uma geringonça que existe em Espanha e aqui em Portugal com uma maioria absoluta. Na Escandinávia, é praticada a social democracia. De resto, temos muitos Governos do PPE e também liberais. É este desígnio de voltar ao debate ideológico, voltar a contactar com as pessoas, explicar muito bem que o PPD-PSD não é igual ao PS. Bem pelo contrário, é muito diferente. Somos a favor dos agricultores, dos enfermeiros, que já foram apelidados pela ministra da Saúde de criminosos. Temos um governo que há dois anos pedia para bater palmas aos enfermeiros e aos profissionais de saúde, aos médicos e aos auxiliares de saúde, e hoje tenta incriminar ou dizer que os responsáveis por aquilo que se está a passar nos hospitais são os profissionais de saúde. Portanto, é lamentável o que se está a passar em Portugal. Nunca entrou tanto dinheiro no Estado central pago pelos portugueses como este ano. Aliás, já no ano passado tinha batido recordes. Este ano já se prevê um aumento de 6%. Além desses 6%, já entraram mais cinco mil milhões de euros. E não estamos a ver as famílias portuguesas a estarem melhor do que há sete anos. Nunca entrou tanto dinheiro da União Europeia como está a entrar agora: PT2020, o PT2030 e o PRR. E questionamos: este dinheiro está a chegar às nossas famílias e às nossas empresas? Não está. Portanto, onde é que está? É a questão que fazemos.
Um dos seus propósitos é também devolver o protagonismo ao distrito do Porto. É por essa razão que tem andado em tour pelas concelhias da distrital?
Claro que sim, é essa proximidade de que lhe falava que é precisa enquanto candidato. Mas o trabalho vai ser muito maior depois do dia 24 de setembro. Portanto, há claramente um conjunto de elementos da sociedade civil que é determinante serem integrados e que vão valorizar o partido. Um exemplo é Rui Moreira, que esteve nesta luta da descentralização. Rui Moreira é um quadro que o PPD-PSD deverá aproveitar no futuro. Claramente, é uma pessoa que está pela causa pública. Como muitos outros elementos que estão na sociedade civil, independentemente do seu grau académico, que são muito valiosos para integrar naquele que é o partido interclassista.
Na semana passada, durante a Universidade de Verão do PSD, Luís Marques Mendes antecipou que Rui Moreira poderia abandonar o mandato na Câmara do Porto antes do tempo. Acha que isto é uma possibilidade?
Não sei se é uma possibilidade. Sei que o Rui Moreira é um quadro que o PSD devia aproveitar no futuro. Como ele, muitos outros são importantes para motivar e integrar os nossos quadros. São pessoas com valor que nós precisamos no seio do nosso partido, para reforçar aquilo que são os nossos quadros. Se o Rui Moreira vai abandonar a Câmara do Porto antes do final do mandato, não sei. Quero acreditar que vai ficar e completar os três anos e alguns meses que faltam porque tem feito um bom trabalho para o município de Porto, mas também tem sido uma voz em defesa do norte do país.
Imagino que no topo das suas prioridades esteja a conquista da câmara do Porto…
Claro que sim. De mais câmaras obviamente, mas no topo das prioridades está a Câmara do Porto. E o PPD-PSD tem que fazer um trabalho para que os portuenses reconheçam que o partido tem claramente as melhores pessoas para liderar a Câmara do Porto, como também outras câmaras municipais, como a de Gaia e de Gondomar. Os piores do PPD-PSD são melhores que os do Partido Socialista.
Mas durante a liderança de Alberto Machado, o PSD continuou a liderar apenas cinco das 18 câmaras da região. O que falhou?
O PPD-PSD no distrito já está em decadência há algum tempo. Claro que o foco da distrital são sempre as autárquicas. Mas Alberto Machado não teve, no fundo, o apoio dos órgãos nacionais. O processo do Porto foi evocado pela comissão política nacional, como em muitos casos aconteceu no país. E Alberto Machado não é o responsável, como é óbvio. Ele tinha um trabalho difícil de estabilizar o partido, não tinha o apoio dos órgãos nacionais, e raramente existia um diálogo. E quando não existe diálogo entre as estruturas as coisas não podem correr bem.
O que seria um bom resultado para a distrital do PSD do Porto nas próximas autárquicas?
Um bom resultado será termos mais câmaras. Não estou a dizer mais vereadores. O PPD-PSD em 2001 tinha onze câmaras municipais, o CDS tinha uma, e o PS liderava seis. Hoje, em 2022, temos o PS a liderar 12 câmaras, o PSD com cinco e uma independente. Aumentar o número de câmaras é claramente um dos objetivos. Se fosse cuidadoso ou pouco ambicioso, diria que era aumentar o número de vereadores. Mas temos é que aumentar o número de câmaras. O PPD-PSD é um partido de poder e exerce o poder para colocar tudo em prol da população. E não tenho dúvidas que temos os melhores quadros e os melhores projetos para os nossos municípios.
Mas consegue definir um número, ou seja, quer aumentar em quanto?
Esse é um número difícil, porque encontro muitas estruturas que estão quase paradas. Vai ser um trabalho muito difícil, onde vamos passar o caminho das pedras. Mas já a partir de 24 de setembro vamos começar a trabalhar para as autárquicas de 2025, tendo esse desígnio de aumentar o número de câmaras. Quantificá-las é difícil, mas obviamente quanto mais melhor. Temos a perceção que não vamos passar de cinco a liderar dezoito.
E qual será a estratégia para alcançar esse resultado?
Primeiro, unindo o partido. Mas mais do que unir, é preciso escutar os militantes, a sociedade civil e escolher as melhores pessoas que estão mais bem colocadas para liderar os projetos às juntas de freguesia e às câmaras municipais. Sempre em articulação com o líder do partido, Luís Montenegro, que já definiu muito bem aqueles que são os objetivos e está a trabalhar afincadamente. Estamos cá para somar e não para subtrair, para ajudar o PPD-PSD a nível nacional a liderar mais câmaras municipais, mais juntas de freguesia e recuperar novamente a liderança do maior número de câmaras a nível nacional e o maior número de freguesias também a nível nacional.
Vai a votos sem adversário e conta com o apoio de todos os presidentes de câmara sociais-democratas do distrito do Porto. Acha que este já é um sinal positivo da liderança de Luís Montenegro e que reflete uma certa união do partido?
Sim, claro, porque as secções e as autarquias foram muito desconsideradas nos últimos anos. É uma responsabilidade muito grande termos o apoio de todos os autarcas. As secções são estruturas muito importantes para o partido. As pessoas que estavam na apresentação da candidatura, que demonstraram o seu apoio, vão à procura dessa unidade. Mas unidade não significa unanimismo. Vamos tomar decisões, vamos gerir processos que são complexos e dar soluções para os problemas. Por exemplo, nunca mais se falou do Infarmed vir para o distrito do Porto. Este é um tema que não pode ser esquecido. Não vai ser esquecido o caso da TAP que não serve a região. Não vai ser esquecido o eixo Atlântico, porque temos de recuperar toda esta ligação que temos com a Galiza. Temos um líder do partido que está atento, que é próximo e está a desenvolver um trabalho há pouco tempo, mas de qualidade. Mudou completamente o paradigma daquilo que é o PSD dos últimos quatro anos. Voltamos a ser o PPD-PSD.
Disse que vão querer tomar decisões e não vai haver unanimismo. Por exemplo, Luís Montenegro rejeitou expressamente um referendo à regionalização antes do final da legislatura. Já se assumiu como um regionalista, mas esta também é a sua posição?
Sou regionalista e não vou deixar de lutar pela regionalização. Aquilo que o nosso líder disse foi que havia casos mais prementes para resolver do que o referendo à regionalização. Isso não implica que eu abdique da luta pela regionalização, porque acredito de forma convicta que essa é uma reforma que o país precisa. Embora também tenha que concordar com Luís Montenegro quando diz que há coisas mais prementes para resolver, quando vemos as famílias passarem por aquilo que estão a passar, quando uma recessão económica está à vista e a pressão social que já está a sentir-se. As famílias a não poderem usufruir de coisas fundamentais, a terem de prescindir de carne e de peixe, a pagar combustíveis caríssimos, com uma forte carga fiscal em que o Governo do Partido Socialista não abdica no gás e na eletricidade. Há questões que claramente são mais importantes.
Enquanto Presidente da Câmara da Trofa tem sido muito crítico do processo de descentralização e até ameaçou abandonar a ANMP. Que falhas aponta neste processo?
Foram muitas. Felizmente, este acordo que foi feito entre a Associação Nacional dos Municípios e o Governo português vem de encontro àquilo que Rui Moreira, eu, Aires Pereira da Póvoa de Varzim, e o presidente da Câmara de Pinhel defendemos. Ou seja, as vozes que se levantaram contra esse processo de descentralização. Este acordo veio justificar no fundo aquilo que nós vínhamos a falar, que era um mau acordo para as autarquias, que foi imposto, sem diálogo. Ainda por cima, quando a Associação Nacional de Municípios ocultava questões fundamentais para os autarcas. A ANMP estava a fazer o trabalho do Governo socialista, não estava a defender os interesses dos seus associados. Este novo acordo veio mais de encontro. Não nos satisfaz na plenitude, porque há coisas a melhorar, mas vem claramente de encontro àquilo que eram as nossas preocupações, porque iam asfixiar financeiramente as câmaras municipais e os serviços não iam ficar melhores, porque algumas autarquias não tinham essa capacidade financeira. Há quatro áreas que são fundamentais e este é um debate que tenho lançado nesta tour pelo distrito. Temos que questionar os portugueses sobre se eles vivem melhor hoje, ou há seis anos. Temos mais segurança hoje do que há seis anos? Não. Estão a fechar-se esquadras no distrito do Porto. E não é, por falta muitas vezes de recursos que também são necessários. Mas por incompetência do Ministério da Administração Interna. Depois são lançadas as esquadras móveis para enganar as pessoas, que ao final de quatro horas já estão avariadas. As esquadras móveis não vão resolver o problema de segurança no distrito. Tem havido um enorme desinvestimento na segurança, que é um dos pilares da democracia. Estamos melhor hoje na saúde do que há seis anos? Não, estamos muito pior. As famílias portuguesas têm que recorrer ao privado e pagar, porque temos os hospitais públicos em degradação e nunca o Serviço Nacional de Saúde esteve num buraco tão grande como está hoje. E quem colocou o SNS no buraco foi este Governo do Partido Socialista, liderado por António Costa, que está de costas para os portugueses. Outro pilar fundamental é a Justiça. Estamos hoje melhor na Justiça do que há seis anos? Não, estamos com um Governo que quer claramente limitar os poderes judiciais. Outra questão é a educação. Hoje, temos alunos sem professores, alunos com necessidades educativas especiais sem acompanhamento, com escolas ainda degradadas. Não estamos melhor do que há seis anos. São apenas quatro áreas, mas podia falar de muitas mais. Este Governo não tem um projeto para o país. Este Governo reage, não age. Este Governo não planeia, gere o dia a dia e empurra os problemas com a barriga para a frente e não está para solucionar os problemas dos portugueses.
Por exemplo, na área da da educação, acha que as verbas que foram transferidas pelo Governo são as necessárias à aceitação de competências?
Não são suficientes, mas pelo menos são mais próximas do que aquilo que eram as reais necessidades. Aquilo que os municípios querem é prestar o melhor serviço, para que os alunos tenham um bom acompanhamento, tenham uma boa qualidade de ensino, em espaços com boas condições. Neste momento, o Governo não está a possibilitar isso. E vemos como o Governo trata os professores e os auxiliares da ação educativa. Não lhes presta o mínimo de dignidade no trabalho. Só podemos ter uma boa educação, se tivermos bons professores e boas infraestruturas. Nesse sentido, as verbas não são suficientes, mas os municípios podem fazer muito mais do que aquilo que o Estado central faz.
Falou sobre o caos no setor da saúde. Espera que haja uma mudança de políticas agora que Marta Temido foi substituída?
Acho que não vai mudar. O responsável de todas estas políticas chama-se António Costa. Quando acontecem os problemas, está sempre escondido. Só aparece para dar boas notícias aos portugueses e aqui está a grande diferença com, por exemplo, Pedro Passos Coelho. Vale a pena lembrar que quem trouxe a Troika para Portugal, quem nos levou à ruína foi o Partido Socialista de José Sócrates. António Costa fazia parte do Governo de José Sócrates e as políticas eram as mesmas. Pedro Passos Coelho, quando tinha que dar notícias difíceis ao país, era ele que dava o rosto. É sempre o primeiro-ministro o responsável por aquilo que são as boas e as más notícias. António Costa escuda-se atrás dos ministros, sempre que há problemas. Os problemas que estão a acontecer em Portugal são da responsabilidade do primeiro-ministro António Costa, a quem os portugueses deram uma maioria. Como é que podemos ter alguém com responsabilidades, por exemplo, no Ministério da Administração Interna que fica contente quando vem explicar aos portugueses que ardeu menos território daquilo que estava previsto. Em Pedrógão Grande, quando morreram muitas pessoas, não existiram políticas adequadas ao planeamento florestal. E agora também não vai haver mudança de políticas.
Relativamente ao pacote anunciado pelo Governo para combater a inflação, acha que este vai dar algum fôlego à vida dos portugueses?
Muito pouco. Era desejável uma coisa mais planeada e programada, que viesse de encontro àquilo que são as reais necessidades dos portugueses. Isto demonstra que António Costa não conhece a realidade. Anda de gabinete em gabinete, de viagem em viagem no estrangeiro e não está a perceber a realidade portuguesa. Este pacote demonstra que vai despejar algum dinheiro, mas que não vai resolver a vida dos portugueses. Era de esperar muito mais. Aliás, foi o próprio líder do PSD que apontou um conjunto de medidas que eram fundamentais. Se não fosse o líder do nosso partido a fazê-lo, se calhar ainda hoje o Governo estava a encher os cofres do Estado e a marimbar-se para os portugueses. Este pacote não vai resolver, vai minorar, mas é preciso muito mais para ajudar as famílias portuguesas.
Quanto ao apoio de 125 euros, acha que faz sentido atribuir o mesmo valor a pessoas com rendimentos totalmente diferentes?
Não faz qualquer sentido. Temos que ajudar as famílias mais vulneráveis. Este Governo atrofiou a classe média. Praticamente, a classe média passou a ser uma classe pobre. Ficou aqui um intervalo muito grande entre aquilo que é a pobreza e a riqueza. Quanto menor for a classe média, menos rico é o país. Atribuir um valor por igual não faz sentido. Devíamos ajudar as pessoas com mais carências. de cinto não precisam dessa ajuda do seu suporte financeiro. Esperamos que haja um segundo pacote de ajuda aos portugueses, muito mais real para todas as necessidades que os portugueses estão a passar.
Há pouco criticou o ministro da Administração Interna pelo fecho das esquadras da PSP no Porto. Acha que o encerramento de uma esquadra contribui para um sentimento de insegurança?
Não tenho dúvidas. O sinal que estamos a dar à população é um sinal de insegurança. Se Portugal era reconhecido internacionalmente como um país seguro, agora estamos a dar passos no caminho da insegurança. O que este Governo e o ministro da Administração Interna estão a fazer é contribuir para a insegurança. Temos de reabrir as esquadras. O PRR pode ser aplicado nisso.Temos de dotar com mais recursos humanos que nos últimos anos não têm sido repostos e adotar os nossos recursos humanos com mais meios, nomeadamente com veículos. Temos esquadras em que muitas vezes é preciso as brigadas de rua e não há carros para saírem, porque estão avariados ou porque não há dinheiro para os combustíveis ou porque não há mesmo veículo. Portanto, como é possível as nossas forças de segurança poderem trabalhar condignamente se não têm os meios para o fazer? Esse é o grande problema.
Relativamente à questão da TAP, o aeroporto do Porto tem liderado a recuperação do tráfego aéreo, mas no último trimestre a TAP perdeu passageiros no Porto, tendo a quota descido de 13% para 11%. Isto é um resultado da decisão da companhia de não reforçar as ligações no aeroporto do Porto?
Claramente. A TAP presta um mau serviço aos portugueses e presta sobretudo um mau serviço a todas as regiões menos Lisboa. O serviço da TAP hoje no norte do país é vergonhoso. Quando há outras companhias a apostar, então a TAP que deixe o Aeroporto Francisco Sá Carneiro e as outras companhias efetuar as viagens que são necessárias à nossa população.
E enquanto presidente da distrital do PSD do Porto o que fará para fazer valer os interesses do distrito nesta questão?
O norte do país é, cada vez mais, um motivo de atração. O Porto é considerado um dos melhores destinos de férias. O nosso tecido produtivo está entre Aveiro e Braga, e o distrito do Porto tem um desempenho fundamental ao nível da exportação e da produção de riqueza para o país. E não temos uma companhia aérea a ajudar. Perante isto, temos que deixar outras companhias aéreas apostar no Aeroporto Francisco Sá Carneiro para prestar o serviço que a população precisa. Muitas vezes até são os nossos vizinhos da Galiza a recorrer a este aeroporto. Se o Porto potenciar a sua capacidade de viagens, obviamente, vamos atrair também turismo e investimento da Galiza. Portanto, não podemos ter uma TAP que não serve a região.