António Costa afirmou esta terça-feira que o Governo se assume como um referencial de tranquilidade numa conjuntura internacional de elevada incerteza, longe do frenesim das "30 declarações por dia" e com capacidade continuada para estabelecer compromissos.
A posição do Primeiro-Ministro foi avançada num discurso de 30 minutos na abertura de uma reunião com o Grupo Parlamentar do PS acerca do Orçamento de Estado para 2023, na qual estiveram também presentes os ministros das Finanças, Fernando Medina, Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves.
"Quando apresentamos um Orçamento, nós já estamos habituados que se diga tudo e o seu contrário. Sobre este, para 2023, já ouvi dizer que é excessivamente otimista, ou que é excessivamente prudente, eu diria que é equilibrado", observou Costa, antes de mencionar o acordo de médio prazo que o executivo fechou no domingo com as confederações patronais e a UGT.
"Durante anos ouvi criticar que apresentávamos orçamentos sem negociar na concertação social e que só negociávamos na Assembleia da República, como se não fosse o parlamento o órgão competente onde se discute e debate o Orçamento. Mas [na segunda-feira] ouvi a uma anterior líder do principal partido da oposição [Manuela Ferreira Leite] dizer que, se fosse deputada, se demitia, porque considerava uma ofensa à Assembleia da República o Governo ter assinado um acordo de concertação social", considerou o líder do Governo antes de deixar um pedido: "Entendam-se".
"A minha regra é simples, dialogamos com todos, na Assembleia da República e na concertação social, procuramos acordo com todos para bem dos país. Por isso, nestes momentos de intranquilidade, temos de ser mesmo o referencial de tranquilidade", referiu ainda.
Numa mensagem em que não identificou o destinatário, Costa disse: "A tranquilidade não se afirma no frenesim de andarmos a correr de um lado para o outro, fazer 30 declarações por dia e andarmos um dia a dizer uma coisa e outro dia a dizer outra coisa".
"A tranquilidade afirma-se transmitindo aos portugueses uma mensagem muito clara: Todos sabemos bem em que mundo estamos hoje a viver; os portugueses conhecem bem o programa que apresentámos e em que os portugueses votaram; os portugueses sabem que, do lado do PS, do lado deste Governo, poderão sempre contar com um determinação inabalável para alcançarmos os objetivos a que nos propusemos. Quanto maiores forem as dificuldades, maior será a nossa vontade de as superar", concluiu.