António Costa pediu, ontem, que a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa fique “blindada de todas as vicissitudes que normalmente existem em democracia”, principalmente a alternância de governantes e de líderes partidários.
“Que tenhamos uma decisão que seja tomada para poder ser executada seja qual for o Governo, seja quem for o líder do Governo, seja quem for o líder da oposição, porque tem que ser uma decisão para o país e tem que resultar como uma vontade suportada pela esmagadora maioria das forças políticas” que o representam, defendeu o primeiro-ministro, em Viseu, numa conferência da AICEP sobre “Exportações & Investimentos”.
A “estabilidade política que os portugueses decidiram nas últimas eleições” é importante, defendeu António Costa, mas também a “estabilidade em decisões fundamentais para o futuro do país”, como é o caso do novo aeroporto.
“O acordo com o principal partido da oposição sobre a metodologia para, de uma vez por todas, o país poder tomar uma decisão sobre uma infraestrutura estratégica para o futuro, como é o grande aeroporto internacional de Portugal, é absolutamente central”, frisou o governante, que afirmou que todos sabem que, “ao longo de quase 60 anos, já se decidiram e estudaram as mais diversas localizações”.
Esta é “uma obra que servirá gerações”, argumentou o primeiro-ministro, que considerou, por isso, que esta não pode ficar “ao sabor de uma maioria que, por absoluta que seja, é necessariamente conjuntural”.
Recorde-se que a Comissão Técnica que vai levar a cabo a avaliação ambiental estratégica para o novo aeroporto vai considerar cinco soluções. Pode ser, no entanto, proposta mais alguma caso entenda, disse o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, no final de setembro.