O chefe do Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, afirmou, este domingo, que tem sido alvo de ameaças, mas assegurou ter “total confiança” nas forças de segurança.
"Têm havido alguns problemas, mas confio totalmente nas forças de segurança, na nossa capacidade de combater este tipo de fenómenos e na democracia", disse Gouveia e Melo durante as celebrações do aniversário da Polícia Marítima, em Setúbal.
"Por enquanto é 'harassment' [assédio, em português], como dizem os ingleses. Mas pode estar relacionado com coisas mais perigosas. Isso são as forças de segurança que terão de fazer a avaliação", explicou.
Questionado sobre as medidas de segurança que está a tomar para se proteger, Gouveia e Melo preferiu não entrar em detalhes, pois "seria uma informação muito útil para o lado oposto”, brincou.
A afirmação do chefe do Estado-Maior da Armada corrobora a notícia avançada pelo Correio da Manhã (CM), que se refere às ameaças de militares e de redes de segurança noturnas com ligações a gangs da Margem Sul, dos quais os ex-fuzileiros responsáveis pela morte do agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) Fábio Guerra, espancado à porta de uma discoteca em Lisboa, a 19 de março, faziam parte.
Gouveia e Melo recebeu cartas por correio e mensagens via telemóvel, que já foram entregues à Polícia Judiciária, de acordo com a Marinha.
Segundo o CM, o chefe do Estado-Maior da Armada é um dos alvos destes grupos por ser um protetor das forças e serviços de segurança, estando à procura de combater as redes internas da Marinha ligadas à máfia da noite.