O lucro do Santander Totta disparou nos nove meses do ano, atingindo os 385,1 milhões de euros. Um aumento de 124% face a igual período do ano passado, altura em que a instituição liderada por Pedro Castro e Almeida apresentou um resultado líquido de 172,2 milhões e que é justificado pelo “encargo extraordinário, no valor de 164,5 milhões de euros (líquido de impostos), para fazer face ao plano de transformação em curso, com a otimização da rede de agências e investimentos em processos e tecnologia”.
De acordo com o CEO, “vivemos tempos desafiantes que nos levam a reforçar o nosso compromisso para com o nosso propósito: ajudar as pessoas e os negócios a prosperar. Neste sentido, é com enorme satisfação que continuamos a apresentar os resultados de uma estratégia focada no crescimento sustentável da rentabilidade, refletido em indicadores de solidez de balanço acima da média. Desta forma temos todas as condições para não só apoiarmos os nossos clientes a ultrapassar um momento de enquadramento difícil, num quadro de compromisso e segurança, como ainda promover uma cultura assente num serviço de excelência”, diz na apresentação de resultados.
O total de crédito a clientes ascendeu a 43,5 mil milhões de euros, o que representou um ligeiro decréscimo, em 0,1%, face ao mesmo período de 2021. Já no segmento de crédito hipotecário, a carteira cresceu 6,7%, em termos homólogos, “refletindo o dinamismo na produção de novos créditos habitação, onde o banco mantém uma quota de mercado de 23,7% (valores acumulados a agosto)”.
Já os recursos de clientes situaram-se em 46,7 mil milhões de euros, um crescimento de 1,2% face ao período homólogo, com o contributo dos depósitos (+3,6% face a setembro de 2021), ascendendo a 39,3 mil milhões “a ser parcialmente anulado pela dinâmica de recursos fora de balanço, que retraíram 10,3% no mesmo período, fruto do contexto nos mercados financeiros”, refere a instituição financeira.
Pedro Castro e Almeida afirmou que também “a concessão de crédito manteve-se estável” ao longo deste ano e que os recursos “registaram um ligeiro crescimento, impulsionado pelos depósitos”.
O produto bancário ascendeu a 933,6 milhões de euros, entre janeiro e setembro, com as comissões a atingirem 358,6 milhões de euros, enquanto os custos operacionais fixaram-se em 364,5 milhões de euros, o que representa uma redução de 13,6%, comparativamente aos primeiros nove meses de 2021. Só os custos com pessoal representaram uma queda de 16,1% nos primeiros nove meses do ano, totalizando os 196,9 milhões de euros.
O Santander diz ainda que “a transformação, comercial e digital, continua a materializar-se no crescimento de clientes digitais (+9,4% face ao período homólogo), os quais já representam cerca de 61% da base de clientes de banco principal”.
A imparidade líquida de ativos financeiros ao custo amortizado ascendeu a 10 milhões de euros, que compara com -101,4 milhões de euros no mesmo período do ano passado,”refletindo as condições económicas materializadas na estabilidade da taxa de desemprego em redor dos 6% nos primeiros oito meses do ano”.
O rácio de eficiência situou-se em 39,0% (um decréscimo de 2,1 pp face ao valor de setembro de 2021), enquanto o rácio CET1 (fully implemented) foi de 17,3%, um decréscimo de 6,5pp em termos homólogos.