Os eurodeputados do PCP votaram contra uma resolução do Parlamento Europeu para classificar a Rússia como um Estado patrocinador de terrorismo. A proposta foi aprovada, esta quarta-feira, com 494 votos a favor, 58 contra e 44 abstenções.
PSD e CDS votaram a favor, o Bloco de Esquerda absteve-se, tal como quatro eurodeputadas socialistas (Margarida Marques, Maria Manuel Leitão Marques, Isabel Carvalhais e Isabel Santos).
O PCP já tinha votado contra outras propostas no Parlamento Europeu que procuram aumentar a pressão sobre o Kremlin na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Em comunicado enviado às redações, os eurodeputados do PCP justificam o voto contra a proposta em questão com a tese de que esta integra-se “na política de confrontação e guerra que tem vindo a ser promovida na Europa, visando o seu agravamento e prolongamento”. Segundo os comunistas, “instiga à continuação da guerra; visa obstaculizar, ou mesmo impossibilitar, o necessário diálogo com vista à resolução pacífica do conflito; e anima o prosseguimento da política de confrontação, cerco e isolamento da Rússia, dificultando possíveis entendimentos entre as partes e o apaziguamento e normalização das relações no plano internacional”.
Já a socialista Margarida Marques disse na declaração de voto que se absteve por considerar que a proposta é “bloqueadora da manutenção de canais diplomáticos que serão essenciais para uma futura resolução do conflito”.
Também a eurodeputada do PS Isabel Santos defendeu que esta classificação “arrisca condicionar negativamente o futuro” e que “mistura crimes de guerra que devem ser julgados como tal, dentro da moldura definida no quadro do Direito Internacional, e os atos de terrorismo”.