A conclusão é dum estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, coordenado por Luís de Sousa e Susana Coroado, investigadores do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, sobre as perceções dos políticos e dos cidadãos relativamente à ética e integridade na política.
Segundo a investigação, “a honestidade é valorizada pelos cidadãos como o princípio basilar que deve orientar a conduta dos titulares de cargos políticos”, enquanto “os políticos tendem a reconhecer a lei como o único critério orientador da sua conduta”. Assim, “os portugueses revelam menos tolerância à corrupção do que os seus representantes eleitos”, já que, “para a opinião pública, a corrupção política não abrange apenas condutas e práticas que violam a lei”, mas também comportamentos “eticamente impróprios”, que “minam a confiança política dos cidadãos”.
Entre as situações em que há maior desacordo, os investigadores apontam que para a opinião pública, as práticas mais graves são “a nomeação de familiares para cargos políticos”, “puxar cordelinhos para favorecer alguém” ou “acelerar deliberadamente decisões administrativas”.