O antigo líder dos sociais-democratas Pedro Passos Coelho gostaria de que os partidos que são contra a despenalização da eutanásia, cujo diploma foi aprovado esta sexta-feira, se comprometessem a reverter a lei no futuro, caso venham a ter maioria no parlamento, referindo-se especialmente ao PSD, embora não nomeio o partido particularmente no seu artigo de opinião, publicado no Observador, na quinta-feira.
Para o antigo presidente do PSD, "mais do que esperar por uma decisão do Tribunal Constitucional, caso o Presidente da República sinta que deve suscitar a verificação preventiva de constitucionalidade ou caso um número adequado de deputados sinta que o deve fazer de modo sucessivo”, era desejável que “os partidos que estão contra esta ‘revolução’ de organização da eutanásia se comprometessem transparentemente em lutar pela sua revogação caso venham a lograr conquistar uma maioria de deputados no futuro”.
“Era bom que se soubesse que haverá quem também não se conforma nem desiste de, no futuro próximo, colocar em cima da mesa a reversão desta decisão que o parlamento se prepara para tomar”, acrescentou, em jeito de desafio ao PSD, embora não refira diretamente o nome do partido.
Passos Coelho sublinhou ainda que discorda que a questão seja referendada, como pretende o PSD, que já apresentou um projeto de resolução na Assembleia da República.
“Não sendo um defensor de soluções referendárias neste tipo de matéria, compreendo que os que não se conformam com estas mudanças demasiado radicais procurem uma instância de recurso ou apelo para as evitar. Mas então faria sentido que pudessem assumir uma posição política substantiva na matéria enquanto movimentos políticos, porque é isso que fortalece o movimento de quem está contra e pede aos eleitores que não sufraguem esse caminho”, afirmou.