Depois de ter recebido 3487 refugiados ucranianos, sendo que nas unidades de alojamento ainda se encontram 72 famílias – 165 pessoas juntamente com 27 famílias, ou seja, 48 pessoas em famílias de acolhimento –, e também de ter enviado 223 toneladas de bens alimentares para a Ucrânia (sendo que 139 toneladas foram para a fronteira com a Polónia e 84 toneladas foram para a fronteira com a Roménia), a Câmara Municipal de Cascais (CMC) vai enviar três camiões TIR com aquecedores, um gerador e roupa doada.
«Destinam-se à população das duas cidades ucranianas geminadas com Cascais: Bucha e Irpin», é explicado num documento enviado ao Nascer do SOL, sendo que «o município vai ser responsável pelo transporte de um gerador, 700 aquecedores oferecidos pela Galp, 100 aquecedores dados pela PRIO e de roupa quente doada pelos munícipes».
«Uma união de esforços que tem sido feita em articulação com a Fundação Zelenska e com a Embaixada da Ucrânia em Lisboa», explica a autarquia, deixando claro que «na cerimónia de partida dos camiões, onde vão ser apresentados testemunhos em vídeo dos presidentes da Câmara de Bucha e Irpin», estarão presentes Carlos Carreiras, presidente da CMC, responsáveis da Galp, da PRIO e da Embaixada da Ucrânia em Lisboa.
Nesta sexta-feira, durante a cerimónia, será também transmitido um vídeo de Olena Zelenska. O Nascer do SOL teve acesso às declarações da primeira-dama ucraniana: «Caros Amigos e Amigas, em Portugal nestes dias registam-se temperaturas acima dos 18°C – este tipo de clima observa-se na Ucrânia apenas na primavera e no verão. Mas Portugal é um país extremamente quente não apenas por causa do clima, é graças à sua dedicação para com as pessoas. Fiquei convencida disso quando visitei o vosso país há um mês, conversei com os ucranianos deslocados, vi como Portugal os aceitou e quanto faz pela própria Ucrânia».
«O inverno ucraniano regista temperaturas abaixo de zero. O agressor que atacou a Ucrânia há 10 meses quer aproveitar isso para congelar os ucranianos nas suas próprias casas, destruindo as centrais térmicas e elétricas. Nas cidades desocupadas, adultos e crianças, mesmo em casa, têm de vestir casacos e chapéus pois os invasores destruíram completamente a infraestrutura», dirá a esposa de Zelensky, refletindo acerca das consequências da guerra que teve início a 24 de fevereiro. «Por isso, estou grata à Galp e ao seu diretor executivo Andy Brown pelo que fazem por nós – vocês não só estão a entregar aquecedores, estão a restaurar a vida normal de centenas de famílias. A minha fundação, criada especificamente para que a ajuda encontre os seus destinatários, vai certamente transferir os aquecedores a quem mais necessita – as pessoas dos territórios desocupados».
«E mais um agradecimento ao presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, pelo transporte dos mesmos. Durante a minha visita, conheci-o a ele e a sua maravilhosa cidade, que se tornou a segunda de Portugal em número de ucranianos registados», salientará. «Ainda mais – depois dos assassinatos em massa de ucranianos cometidos por russos em Bucha e Irpin, Cascais quis tornar-se geminada com essas cidades».
«Obrigada, Portugal pela vossa irmandade, e pelo vosso calor, que agora sentimos literalmente!», concluirá, indo ao encontro de Carlos Carreiras. «Cascais geminou-se com Irpin e Bucha logo no início da invasão bárbara da Rússia à Ucrânia e temos vindo a prestar apoio humanitário aquelas cidades heróicas ucranianas vítimas de massacres provocados pelo exército invasor», diz o presidente. «Recentemente foi-nos solicitado equipamentos para combater o inverno ucraniano que como sabemos é muito rigoroso com temperaturas negativas, sentido de uma forma mais grave ainda por comunidades que viram as suas casas destruídas, assim como hospitais, escolas e diversas infraestruturas».
«Com o apoio da Galp e da Prio foram doados 800 aquecedores que estamos agora a enviar juntamente com outras doações dos cidadãos e empresários de Cascais, como roupa, medicamentos, brinquedos, um gerador e cadeiras de rodas», avança, em declarações ao Nascer do SOL, adiantando que «a Câmara de Cascais suporta o transporte, ainda assim com a doação de combustível por parte da Galp».
Em fevereiro, a CMC perspetiva enviar mais 1000 aquecedores doados pela Galp, e um gerador doado por um empresário, tal como roupa e medicamentos para a Ucrânia. «Agradecemos a todo o exército de paz e boa vontade, de cidadãos, empresas e empresários que nos têm doado tudo o que temos enviado. Cascais continuará a apoiar os cidadãos ucranianos enquanto a Ucrânia não vencer a guerra e expulsara os invasores do seu território».