Consumo de eletricidade
Uma das despesas que disparou foi a conta da luz. De acordo com os dados publicados pela ERSE, desde janeiro, uma fatura média mensal para um casal sem filhos (potência 3,45 kVA, consumo 1900 kWh/ano) aumentou 0,54 euros, e para um casal com dois filhos (potência 6,9 kVA, consumo 5000 kWh/ano) subiu 1,41 euros. Para evitar gastos desnecessários é aconselhado fazer uma gestão cuidadosa dos aparelhos que estão em funcionamento, de forma a não usar aqueles que podem ser menos necessários. Além disso, não devem ser ligados em simultâneo eletrodomésticos com consumos significativos de eletricidade – como cafeteiras elétricas, fornos elétricos, máquinas da roupa e da loiça e aspiradores – para reduzir os picos de consumo na rede elétrica. E o ideal é utilizar tomadas com botão-corte de corrente, uma vez que esta é uma das melhores soluções para evitar gastos de energia desnecessários, sobretudo com os aparelhos informáticos. Na altura de lavar roupa e loiça, use as máquinas com a carga completa. Desligue os equipamentos da corrente, para não ficarem a consumir em standby, e use extensões com interruptor, por exemplo. E acenda apenas as luzes que são precisas. O desejável é trocar as lâmpadas incandescentes por lâmpadas economizadoras que pode parecer um investimento avultado, mas a longo prazo compensa.
Gastos com gás
Desde o início do ano que a tarifa regulada de gás natural registou um aumento de 3%. Para consumidores com uma fatura média mensal de 27 euros, esta subida traduz-se em mais 76 cêntimos por mês. O mercado livre não ficou atrás nas subidas e o cenário repetiu-se nos valores das botijas. Más notícias nesta altura já que o consumo aumenta em dias de frio, o que tem efeitos imediatos nos gastos. E, como tal, deve ter em conta as suas opções em matéria de aquecimento, o mesmo conselho deve ser seguido no momento de cozinhar ou de tomar banho. É importante escolher os recipientes adequados para ter uma maior rentabilidade, e coisas tão simples como cortar os alimentos em pedaços pequenos para que cozinhem mais depressa podem fazer toda a diferença e ao cozinhar no forno, não esteja sempre a abri-lo, e tente aproveitar para cozinhar vários alimentos ao mesmo tempo.
Mas há outros truques a seguir. Reduza o tempo que demora a tomar um duche e evite banhos de imersão. Além disso, não se esqueça que ter um bom isolamento térmico em casa, com janelas e portas calafetadas, caixilharia eficiente e vidros duplos, permite uma utilização mais eficiente do aquecimento a gás.
Despesa com água
Uma das melhores formas de poupar no dia-a-dia é, sem dúvida, reduzir o consumo de água. Quase todos gastamos água desnecessariamente e aliado ao valor a pagar há que contar na sua fatura mensal com o preço que é cobrado ao nível do serviço de saneamento. Aliado a isso há que contar com valores diferentes entre concelhos.
Mas como poupar? Na casa de banho, opte por fechar a torneira enquanto está a lavar os dentes ou o cabelo, por exemplo. Este pequeno gesto, aplicado diariamente, pode representar uma poupança muito significativa na sua fatura mensal. Além disso, deve optar pelo duche, já que consome entre 30 e 80 litros de água, ao contrário de um banho de imersão, cujo consumo pode chegar aos 200 litros. Já na cozinha, o que mais consome água são as máquinas, seja a de lavar loiça, seja a de lavar roupa. Procure colocar as máquinas a trabalhar apenas quando estas tiverem a carga completa.
Pode também optar pela instalação de um compressor redutor de caudal. A explicação é simples: numa torneira vai conseguir diminuir o desperdício de água em cerca de 50%, no entanto, se preferir instalar um no chuveiro a poupança pode chegar aos 80%. O ideal é fazer nas duas.
Idas ao supermercado
De acordo com o último estudo da Deco, um cabaz de alimentos custa mais 38,53 euros do que há um ano. Isto é, é preciso gastar mais de 222 euros para abastecer a despensa com bens essenciais. Os laticínios são a categoria de alimentos cuja subida foi mais acentuada, em termos percentuais, no período em análise, atingindo os 29,10%. Leite, queijo, iogurtes e manteiga podem agora representar uma despesa média de 14,82 euros, mais 3,34 euros do que em fevereiro de 2022. Mas esta tendência é sentida em outros produtos, desde a carne ao peixe. Ainda assim, há truques que pode seguir para tentar controlar ao máximo os gastos extra. O ideal é levar uma lista das coisas que tem de comprar. Por outro lado, deve estar atento aos folhetos dos supermercados. Desta forma fica a par de todas as promoções e descontos e poderá optar por aquele que apresentar os produtos mais baratos. Mas os cuidados não ficam por aqui. Não se esqueça que, por vezes, compensa levar embalagens maiores e mais caras. Se comparar com o pacote mais barato, vai estar a pagar mais por levar dois dos pequenos do que um dos grandes. Tenha também sempre em atenção os prazos de validade.
Controle o preço dos combustíveis
Assistimos a um verdadeiro sobe e desce todas as semanas e, desde ontem, conte com uma redução de oito cêntimos por litro no caso do gasóleo e de uma queda de quatro cêntimos por litro na gasolina. No entanto, os preços cobrados podem variar consoante o posto de abastecimento. Independentemente destas oscilações, as quatro grandes petrolíferas – Galp, Repsol, BP e Cepsa – continuam a apostar em cartões de fidelização, dando pontos que podem ser trocados pelos mais variados produtos. Ao mesmo tempo, as petrolíferas tiveram de encontrar promoções alternativas que respondessem à principal aspiração dos clientes: descontos na hora e no preço final. Daí a sua aposta em cartões de desconto. Outra aposta das marcas é o desconto por dia ou ao fim de semana, a iniciativa que mais impacto tem no aumento das vendas e que até consegue trazer de volta alguns daqueles antigos clientes que foram seduzidos pelos supermercados. Conte ainda com os postos de combustíveis com marca branca e com o abastecimento em determinadas horas do dia. Também a forma de conduzir pode fazer toda a diferença.
Check-up às suas despesas
No início do ano é sempre uma boa altura para fazer um verdadeiro check-up ao seu orçamento familiar. Uma das regras de ouro passa por avaliar a saúde das suas finanças, isto é, saber para onde está a ir o dinheiro. Para isso, faça um mapa de receitas e despesas, apontando diariamente todos os encargos, do empréstimo da casa ao café. Só fazendo uma lista exaustiva das despesas vai ser possível avaliar o caminho que o seu dinheiro está a tomar. Além disso, será possível avaliar o peso das diferentes despesas no orçamento familiar, de forma a reequilibrar as contas lá de casa.
Por exemplo, no caso das despesas com a casa (empréstimo, juros, água, luz, gás, etc.), o ideal é que elas não pesem mais de 35% a 40% no seu orçamento total.
Depois de fazer o mapa de receitas e despesas, deve procurar identificar os gastos desnecessários que podem ser reduzidos ou eliminados sem que isso afete o seu bem-estar. A partir daí poderá levar a cabo algumas mudanças que poderão fazer toda a diferença no final do mês. É o caso, por exemplo, do consumo de televisão, telemóvel e internet (pode aproveitar para renegociar o seu pacote de telecomunicações) ou até mesmo do seu seguro do crédito à habitação.