O Sindicato da carreira de fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras emitiu um pré-aviso de greve entre os dias 5 e 10 de abril. A greve agora anunciada surge do vazio entre o governo e os sindicatos, que não conseguem uma vez mais chegar a acordo, depois da recusa do Governo em aceitar a proposta apresentada que visa a integração dos trabalhadores da Polícia Judiciária, no Instituto de Registos e Notariados e na futura Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo.
"A greve inicialmente será no período da Páscoa, mas pode esperar-se um verão de paralisações contínuas, porque perante esta intransigência por parte do Governo, com uma proposta tão indigna e ultrajante para a carreira de investigação e fiscalização, não nos deixa outra alternativa se não continuar a lutar", afirma Renato Mendonça, presidente do Sindicato dos Inspetores de Investigação, em declarações à TSF.
"Em primeiro lugar, porque as expectativas que nos foram colocadas à frente por parte do Governo durante todo o processo não foram minimamente cumpridas e estão a querer empurrar-nos para uma situação em que os nossos direitos não estão a ser equacionados. No fundo, querer passar uma borracha por cima de toda uma carreira e isso não podemos aceitar. O problema maior é que nós consideramos que não houve negociação alguma, é de uma má-fé por parte do Governo o facto de colocarem pessoas a negociarem que não têm essa capacidade", disse ainda Renato Mendonça.
A contraproposta foi feita numa reunião, na segunda-feira, com o ministro da Administração Interna.