No decorrer do ano passado, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) apoiou vítimas de 292 municípios dos 308 existentes (95% do território nacional); atendeu uma média de 40 vítimas por dia; registou 27.897 crimes e outras formas de violência e promoveu 1.442 ações de formação e sensibilização (62,4% destinadas a crianças e jovens).
"Os dados estatísticos disponibilizados reportam-se aos processos de apoio desenvolvidos presencialmente, por telefone e online, no ano transato, pelos 75 serviços de proximidade da APAV", destaca a APAV, em comunicado, adiantando que "face ao trabalho desenvolvido em conjunto com autoridades e entidades nacionais e internacionais durante 2022, apoiou diretamente 16.824 pessoas, num total de 83.322 atendimentos – um aumento de 25,5% em relação aos atendimentos efetuados em 2020", sendo que "estes atendimentos realizaram-se nos vários serviços de proximidade: Gabinetes de Apoio à Vítima, Equipas Móveis de Apoio à Vítima, Polos de Atendimento em Itinerância, Sub-Redes Especializadas e Casas de Abrigo, Sistema Integrado de Apoio à Distância e Linha Internet Segura".
Durante 2022, a APAV atendeu, por semana, uma média de 157 mulheres adultas, 50 crianças e jovens, 30 homens adultos e 29 pessoas idosas (175, 38, 35 e 31 no ano anterior, respetivamente, de acordo com o Relatório Anual de 2021). De acordo com a associação, em 2019, a análise do relatório permitiu aferir diferentes contextos da vitimação e tipos de vítimas: a APAV apoiou 1.350 pessoas idosas (+65 anos) vítimas de crime (em média, 4 por dia e 26 por semana); 1.473 crianças e jovens (em média, 4 por dia e 28 por semana); 1.617 homens adultos (em média, 4 por dia e 31 por semana) e 8.394 mulheres adultas (em média, 23 por dia e 161 por semana). Ou seja, os números atuais aproximam-se daqueles registados antes do surgimento da pandemia de covid-19, verificando-se um aumento nas faixas etárias mais jovens.
"Entre todos os crimes e outras situações de violência registadas pelos vários Serviços de Proximidade da APAV, os crimes contra as pessoas, como a violência doméstica ou os crimes sexuais, representam cerca de 94% do total", à semelhança do ano passado. A APAV realça que os números apurados "refletem a abrangente presença da APAV no território nacional assim como a diversidade nos diferentes tipos de crime cujas vítimas a APAV apoia — em 2022 são mais de 80 os tipos de crimes e outras situações identificadas pelos vários serviços de proximidade".
"Depois da violência doméstica, os crimes sexuais contra crianças e jovens foram os mais reportados, com 611 casos de conteúdo de abuso sexual de menores e 390 casos de abuso sexual de crianças, entre outros", é frisado, sendo também salientado que a média de idades das crianças e jovens apoiadas pela APAV em 2022 é de 10 anos e 60% destas vítimas menores eram do sexo feminino. "A Rede CARE – apoio a crianças e jovens vítimas de violência sexual tem-se dedicado ao apoio especializado a este tipo de vítimas, partindo do modelo de apoio da APAV para o desenvolvimento de procedimentos próprios, específicos para esta tipologia de crime", é evidenciado, sendo também garantido que a APAV "continua empenhada nesta análise, sempre com o intuito de melhoria contínua para implementação de boas práticas na sua ação".
"A APAV presta apoio gratuito, confidencial e especializado a vítimas de todos os crimes. Este apoio, no regime presencial, está disponível através de uma rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima, presente em muitas das principais cidades do país" e, por isso, a Linha de Apoio à Vítima, 116 006, funciona de segunda a sexta, entre as 8h e as 22h. A Linha Internet Segura está disponível através do 800 21 90 90, de segunda a sexta, entre as 8h e as 22h, e do e-mail linhainternetsegura@apav.pt.
A APAV também pode ser encontrada nas redes sociais.