Ultrapassagens pela Direita

O Estado português gasta, todos os anos, em educação, números redondos, o mesmo que gasta com o pagamento dos juros da dívida pública.

por Eduardo Baptista Correia

Ao longo do semestre que agora decorre, coordenei 14 grupos de trabalho de alunos finalistas de licenciaturas da escola de gestão do ISCTE, no âmbito de uma disciplina que aborda a internacionalização.

Esses 14 grupos de trabalho, numa primeira fase, analisaram ao detalhe as razões que levaram vários países europeus a ultrapassarem Portugal num conjunto muito alargado de índices de desenvolvimento e criação de riqueza. Os dados mais recentes mostram que a economia portuguesa é a da 13.ª mais lenta do mundo. Esses trabalhos tiveram por objetivo compreender os porquês das velocidades que um conjunto de países imprimiram no desenvolvimento das suas sociedades e economias.

Esses países, maioritariamente provenientes do bloco de leste, são hoje na sua maioria membros da união europeia e tiveram a capacidade de passadas mais de três décadas desde a queda do Muro de Berlim, apresentarem uma robustez socio económica, sucessivamente adiada e constantemente prometida em Portugal.

A aposta num sistema de educação moderno e contemporâneo, focado nos alunos e promotor dos professores constitui denominador comum. Os sistemas distinguem-se pela forte componente de métodos quantitativos em escolas com vertente prática e técnico-profissional particularmente presente. O ensino de idiomas, filosofia e civismo constituem práticas que moldam as gerações para uma cultura de respeito pelo espaço e conceito publico bem como pelo trabalho. O Estado português gasta, todos os anos, em educação, números redondos, o mesmo que gasta com o pagamento dos juros da dívida pública. A irresponsabilidade com que esta relação tem sido gerida constitui, da minha perspetiva, um ato de terrorismo socioeconómico.

A velocidade e simplificação nos processos de justiça económica, a simplificação processual que combate a burocracia e corrupção, bem como uma clara aposta na investigação científica e tecnológica constituem os alicerces de sustentabilidade dos índices de desenvolvimentos substancialmente mais robustos que os apresentados por Portugal. Também ao nível das relações laborais, os sistemas adotados são mais equilibrados, justos e meritocráticos que as regras, de extrema esquerda caduca, que vigoram em Portugal. Por fim, regra geral, estes países apresentam dimensões fiscais mais atrativas que Portugal, tornando-os concorrencialmente mais atrativos aos talentos e ao investimento.

De uma perspetiva meritocrática estas localizações apresentam características mais inteligentes que o socialismo infantil e incompetente que vigora por Portugal. As ultrapassagens a Portugal, foram feitas em alta velocidade de forma firme e controlada. Também na política portuguesa o panorama parece vislumbrar uma ultrapassagem pela direita porque a faixa esquerda está tapada por uma condução lenta e perigosa. A não ser que o grande e híper preparado Pedro Nuno venha salvar o país… Tal como fez com a TAP e a CP… Livrai-nos Senhor!!!!