O presidente da Assembleia da República começou o seu discurso na sessão solene com o Presidente brasileiro com um recado para os críticos da presença de Lula da Silva no Parlamento no dia 25 de Abril. Santos Silva elogiou o chefe de Estado e fez uma referência ao seu antecessor Jair Bolsonaro.
"A personalidade que os brasileiros escolhem como Presidente é sempre bem-vinda ao Parlamento português", disse Santos Silva, acrescentando que Lula da Silva é "o líder político que se apresentou e venceu eleições livres" e que "Quando alguns tentaram invadir e derrubar as instituições democráticas brasileiras, soube defendê-las sem qualquer hesitação".
O presidente da AR sublinhou a "íntima fraternidade" que une Portugal e Brasil e adiantou que o mundo precisa "agora mesmo" dos dois países.
Santos Silva aproveitou a oportunidade para se referir à guerra na Ucrânia, tema que tornou a visita de Lula da Silva ainda mais polémica. "A nossa liberdade simboliza também a liberdade por que se batem hoje os ucranianos". "Precisamos de falar mais de negociações e não de batalhas", mas isso "depende unicamente da Federação Russa", sublinhou, acrescentando que "É o agressor que deve cessar as hostilidades e retirar-se do país soberano que invadiu".
Seguiu-se o discurso de Lula da Silva que começou com o cenário de protesto dos deputados do Chega, que ergueram bandeiras da Ucrânia e cartazes onde se podia ler: “Chega de Corrupção”.
O presidente da AR esperou por uma pequena pausa na intervenção do chefe de Estado brasileiro e, como tem sido seu hábito, repreendeu o partido liderado por André Ventura, exigindo-lhe "urbanidade, cortesia e educação". "Chega de insultos, chega de degradarem as instituições, chega de envergonhar o nome de Portugal", disse.