O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a uma pena suspensa de três anos e meio de prisão um homem, de 27 anos, que roubou e sequestrou um taxista em Ovar, tendo percorrido 440 quilómetros com a vítima no carro, durante quase sete horas.
Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que o tribunal julgou parcialmente provada a acusação do Ministério Público (MP), tendo a pena única resultado de um cúmulo jurídico das penas parcelares aplicadas ao arguido por um crime de roubo e outro de sequestro.
O arguido estava acusado de coação na forma tentada, mas foi absolvido deste crime.
Além desta pena de prisão e de ter de pagar 500 euros à vítima, o homem está também a cumprir uma pena efetiva de três anos e oito meses, pelo sequestro e roubo de um outro taxista que fechou na bagageira do táxi a meio de uma viagem entre Lisboa e Porto, ocorrida dois dias antes dos factos agora em julgamento.
Durante o julgamento, o arguido confessou a maior parte dos factos, esclarecendo apenas que a arma usada no crime foi uma pistola de "airsoft", uma arma usada para jogos de simulação de guerra. Além disso, negou ter roubado 45 euros da bolsa do taxista, alegando que este dinheiro tinha sido retirado por um dos indivíduos que o acompanhava.
Quando foi questionado sobre a juíza presidente acerca do motivo do crime, o detido disse apenas que "queria sair do Porto e queria estar protegido", alegando que estava a ser ameaçado por um amigo a quem tinha ido buscar um carro a Lisboa e que, entretanto, desapareceu.
Os factos ocorreram em dezembro de 2018, quando o arguido e outros três indivíduos abordaram um taxista, em Matosinhos, e pediram-lhe para os levar a Esmoriz, no concelho de Ovar.
Quando chegaram ao destino, um dos indivíduos apontou uma arma ao taxista e ordenou-lhe que passasse para o banco de trás, tendo o arguido passado para o lugar do condutor e arrancado em direção a Coimba, onde pararam para comprar comida, antes de regressarem ao Porto.
Os indivíduos abandonaram o táxi e libertaram o taxista pelas 4h45, na Apúlia, em Esposende, no distrito de Braga.
De acordo com a acusação, o indivíduo e os outros três indivíduos percorreram 440 quilómetros, entre as 22h00 e as 04h45 com o táxi, mantendo o taxista no seu interior com uma arma de fogo a ele apontada.