João Torres, deputado e secretário-geral do Partido Socialista (PS), reagiu esta quarta-feira à decisão tomada por António Costa de não aceitar o pedido de demissão.
O socialista enalteceu a atitude do primeiro-ministro e a sua capacidade de liderança, criticando ainda o PSD e o líder, Luís Montenegro.
"O PSD veio hoje [quarta-feira], num registo desorientado, acusar o Governo e o primeiro-ministro de teatralidade. Mais do mesmo. O PS não se vitimiza. O PS é mesmo um referencial de estabilidade política no nosso país", afirmou o socialista, na sede nacional do partido, em Lisboa.
Na sequência das declarações de Montenegro, João Torres sublinha que ficou clara "a desorientação da oposição e, em particular, do líder do PSD, o doutor Luís Montenegro".
"Percebe-se ainda mais a sua falta de preparação e incapacidade para se apresentar como uma alternativa. A vacuidade do PSD ou a sua falta de sentido construtivo não é surpresa nem é novidade. É uma constatação", acrescentou.
O deputado socialista assegurou ainda que todos os dias o partido trabalha para "ir ao encontro daquilo que verdadeiramente interessa aos portugueses; daquilo que verdadeiramente preocupa os portugueses. O que a direita teme é, na verdade, uma boa governação do país".
João Torres disse ser "normal que, numa democracia e num regime democrático, nem sempre exista uma concordância total e plena entre todos os agentes políticos e entre todos os órgãos de soberania" e que aquilo a que o país assistiu "foi justamente ao normal funcionamento das instituições democráticas".
O socialista considera que o partido reafirmou "uma mensagem de confiança perante cada uma e cada um dos portugueses", sublinhando que "António Costa é um líder."
"O senhor primeiro-ministro teve a oportunidade, com dignidade e responsabilidade institucional, de apresentar desculpas aos portugueses pelo lamentável episódio que sucedeu no Ministério das Infra-estruturas", tendo depois comunicado ao país "a sua decisão de manter no Governo o ministro [João Galamba]".
Relativamente ao impacto que a decisão pode ter na relação de António Costa com Marcelo Rebelo de Sousa, João Torres afirmou que "é normal que não exista sempre" uma concordância entre os dois líderes, sustentando que "a relação entre o primeiro-ministro e o Presidente da República é uma relação que não tem se fundar numa plena convergência e concordância em todas as decisões e momentos".