O primeiro-ministro foi confrontado, esta segunda-feira, sobre a polémica da atuação do SIS na recuperação do computador do ex-adjunto do ministro João Galamba, que continha documentos classificados.
António Costa começou por afirmar que "sobre essa matéria já disse tudo o que tinha a dizer" e reiterou que não houve qualquer ilegalidade na atuação dos serviços de informação naquela noite.
"Primeiro, quando desaparece um documento classificado, o que é se deve fazer? Comunicar às autoridades. Foi isso que foi feito e muito bem feito. Em segundo lugar, o que é que as autoridades devem fazer perante uma comunicação dessas? Em função do contexto e da relevância que atribuem aos documentos desaparecidos, devem atuar. E atuaram, nos termos da lei”, sublinhou o primeiro-ministro, à margem de uma visita ao Parque das Nações, no dia em que se assinalam os 25 anos da Expo98.
Para António Costa, "há pouco conhecimento do que é o SIS”. Os serviços de informação “não são umas pessoas sinistras que se dedicam a operações obscuras. O SIS não tem competência nem faria qualquer ação de natureza policial", garantiu.
Confrontado com as declarações de João Galamba, que na audição na comissão de inquérito à TAP revelou ter informado o primeiro-ministro ao final da noite sobre o sucedido, incluindo o recurso às secretas, António Costa disse: "O SIS não me informou de nada previamente. Ninguém do Governo deu ordens ao SIS e o SIS não tinha de informar nada. Esta era uma operação corriqueira, em regra o SIS não informa nada antes de as operações serem tomadas”.
Sobre se mantinha ou não a confiança política no ministro das Infraestruturas, o líder do Governo limitou-se a dizer que não tinha havido “nenhum facto novo” que o tivesse feito mudar de ideias, ao ter segurado João Galamba no cargo contra a vontade pública do Presidente da República.